Moreira Franco: Temer 'está muito preocupado' com denúncias contra Geddel
Secretário não garante permanência do ministro no governo
A polêmica levantada pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, pode derrubar o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Segundo o secretário do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), Moreira Franco, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, em Paris nesta segunda-feira, 21, o presidente Michel Temer não descartou que Geddel venha a ser demitido.
"O presidente está tratando dessa questão. Esse problema ocorreu no fim de semana. Ele está muito preocupado", afirmou Franco. Questionado se a possibilidade de demissão de Geddel está afastada, Moreira Franco disse que não. “Não afasto, nem afirmo. Como eu disse, o presidente vai estar debruçado sobre essa questão”, reiterou.
Geddel foi acusado por Calero de corrupção e tentativa de tráfico de influência por supostamente tê-lo pressionado a levantar o veto imposto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) à construção de um condomínio residencial em uma área tombada de Salvador, na Bahia. A informação veio a público em entrevista concedida por Calero ao jornal Folha de S.Paulo. Em resposta, o secretário de governo admitiu que comprou um dos apartamentos do empreendimento, mas desmentiu que tenha pressionado Calero a intervir em favor de seus interesses pessoais.
Questionado se as denúncias contra membros do governo federal, inclusive ele próprio e Temer, abalam a imagem do País no exterior, o secretário disse que "algumas pessoas são acusadas, fizeram, são investigadas, alguns presos, outros não. São pessoas que praticam atos e que estão sendo investigados dentro das regras legais".
Segundo ele, as denúncias "existem" e devem ser enfrentadas. "O objetivo nosso é trazer o Brasil para um ambiente que existe no mundo, que é um ambiente de melhoria das práticas de governança, que tenham mais transparência, com regras de compliance que os valores são muito bem definidos, os limites são bem postos", alegou.