'Recuperação árdua'

Moody's diz que perspectivas da economia brasileira estão melhorando

Agência de risco espera crescimento de 0,5% da economia em 2017

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A agência de classificação de risco Moody's afirmou em relatório que as perspectivas econômicas do Brasil estão melhorando após uma profunda recessão, mas que a recuperação será árdua e que qualquer melhora na qualidade geral de crédito levará algum tempo para acontecer. A Moody's espera que a economia brasileira crescerá 0,5% no próximo ano após contrair 3,5% em 2016. Hoje, a nota do Brasil pela Moody's é Ba2, com perspectiva negativa.

De acordo com a Moody's, a conclusão do processo de impeachment presidencial também permitiu que o governo Temer prosseguisse com políticas de inflação críveis e medidas para fortalecer a disciplina fiscal. "As medidas propostas são vitais para aliviar as preocupações dos investidores e manter os fluxos de capital, bem como para impulsionar a confiança", afirmou a agência no texto.

Para a Moody's, a recuperação será conduzida principalmente pelo investimento das empresas, devido ao aumento da confiança e à necessidade das companhias de elevar a produção para reabastecer os estoques reduzidos.

"A estabilização das condições econômicas ajudará a conter o estresse financeiro para as empresas brasileiras, e suportará melhoras modestas do desempenho corporativo", destaca o vice-presidente sênior da Moody's, Gersan Zurita. "No entanto, as condições restritas de liquidez, altas taxas de juros e desemprego continuarão a pesar na economia até pelo menos o final de 2017", ponderou.

A agência lembrou que a utilização da capacidade instalada se estabilizou, mas que ainda permanece nas mínimas históricas, e a medida em que os setores exportadores brasileiros irão contribuir para a recuperação econômica dependerá muito dos desdobramentos da taxa de câmbio.

Diante deste cenário, os bancos manterão a aversão ao risco, na visão da Moody's. "No entanto, se a confiança melhorar, alguns credores terão flexibilidade para aumentar mais rapidamente suas carteiras de empréstimos", avaliou a agência. "Uma recuperação econômica gradual não apenas favorecerá um aumento da demanda por crédito, mas acelerará uma melhora na qualidade dos ativos", disse. (AE)

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