Ministro diz que Grécia dará calote no FMI
Chefe das Finanças diz que país não paga hoje os € 1,6 bi que deve
A Grécia não vai pagar os € 1,6 bilhão que deve ao Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira, 30. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis. Entretanto, Atenas ainda tenta negociar um acordo emergencial para obter ajuda finaneira junto aos países credores.
Questionado por jornalistas se o país quitaria sua dívida com o fundo nesta terça-feira, 30, o ministro declarou apenas "Não". Sobre a possibilidade de um acordo de última hora, Varoufakis respondeu: "Nós esperamos que sim". Caso não haja consenso, a Grécia pode se tornar o primeiro país desenvolvido a dar um calote.
Atenas convocou para o próximo domingo, 5, um referendo para consultar a população sobre a adesão a medidas de austeridade exigidas por credores para socorrer o país.
Entretanto, pesquisas de opinião e protestos populares apontam que os gregos devem dizer "Não" às exigências. O próprio primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, incentivou a negativa. Convocada na semana passada, a consulta popular foi vista como uma afronta por credores, justamente por se dar após o vencimento da dívida da Grécia com o FMI.
Agora, a confirmação do calote de Grécia, somada aos protestos populares contra a austeridade, podem fazer com o país saia da zona do euro.
Especialistas consideram que o fator político pesa na postura da Grécia. Em janeiro, Tsipras, do partido de extrema esquerda Syriza, foi eleito com propostas de não se dobrar diante das pressões dos líderes europeus pelas reformas no país, que incluem arrocho salarial e privatizações. (AE)