Ministério da Justiça autoriza PM a ocupar rodovias em São Paulo
Polícia paulista atuará na fiscalização da Dutra e Fernão Dias
Após se reunir nesta quinta-feira, 22, com secretários da Segurança Pública dos três Estados que fazem divisa com o Rio de Janeiro, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, anunciou a assinatura de um protocolo de cooperação com o Estado de São Paulo para permitir que a Polícia Rodoviária Estadual, que responde à Polícia Militar, possa abordar veículos em rodovias federais que conectam o Estado ao Rio.
O protocolo permitirá que a polícia paulista atue na "repressão, fiscalização e multas que forem necessárias em hipóteses legais" nas Rodovias Dutra e Fernão Dias. Ele garantiu que os direitos fundamentais serão respeitados e que não haverá "perturbação do livre fluxo das pessoas" que viajam na região.
A reunião foi marcada na capital paulista após o temor de consequências da intervenção no Rio nos Estados vizinhos. Em coletiva de imprensa, Torquato afirmou que as autoridades não sabem "em que extensão a intervenção trará consequência para outros Estados", mas que os efeitos são "muito prováveis". O ministro afirmou que a eficiência da intervenção no Rio "será muito maior se trabalharmos todos juntos". Ele não descartou cooperação com outros Estados no futuro.Para o ministro, a situação de intervenção no Rio leva o poder de polícia a todos os agentes federais. Ele voltou a falar que não haverá "mandados de busca e apreensão coletivos" no Estado porque o termo "coletivo" é usado de forma leiga, e não técnica. O que haverá, reforçou, são mandados que compreendem determinadas extensões em uma região ou com base na descrição de localização aproximada por GPS.
Os detalhes do convênio ainda terão de ser definidos, uma vez que não há previsão legal para essa ação — as forças estaduais não têm poder para atuar nessas estradas. O secretário paulista Magino Alves disse que poderá usar tropas de folga, por meio da Operação Delegada, para incrementar o número de agentes nas divisas. “Já podemos realizar prisões. O que queremos é montar operações, pontos de bloqueio”, afirmou Alves.