Rede rasgada

Marina critica entraves burocráticos e avisa: a luta continua

Ela avisa que a luta continua e decide amanhã se vai disputar as eleições

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Um dia após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, ela decidiu continuar na luta para criar o partido próprio. Em artigo publicado em seu blog pessoal, a ex-senadora afirma que continuará trabalhando para a criação do Rede. ?A decisão não representa uma derrota nem aos seus membros nem à população brasileira que apoia uma nova forma de fazer política no país?, disse. Pelo Facebook, ontem (3), ela também anunciou que se filiará para mostrar que tem condições de disputar as eleições de 2014. ?Não temos registro, mas temos o mais importante: ética?.

A ex-senadora Marina Silva deverá conceder coletiva logo mais às 15h para informar se vai se filiar a um outro partido político regular, para disputar a Presidência da República. A pré-candidatura presidencial de Marina Silva é forte, e sempre figura no segundo lugar das preferências, em todas as pesquisas.

A ex-senadora critica os entraves burocráticos que enfrentou na criação da Rede. ?Exigências descabidas e ilegais por agentes do Estado, atrasos injustificados e regras inaplicáveis foram alguns dos entraves enfrentados pela #rede ao longo do processo de criação do partido?, criticou.

Marina afirma que manter a ideia de renovação viva é ?uma obrigação para com os 900 mil cidadãos que apoiaram diretamente a criação do Rede Sustentabilidade e os milhões de brasileiros que esperam por mudanças profundas nesse país, as quais os atuais partidos e a atual estrutura do Estado não permitem tornar realidade?. ?A mobilização da Rede Sustentabilidade continuará inabalável nos próximos dias, meses e anos?, espera.

A ex-ministra lamentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas afirmou que o grupo político tem os principais requisitos para ser um partido – como representação social, contar com um programa e atuar com ética. “Podemos não ter o registro legal, mas temos o registro moral”, afirmou.

 

Apesar do revés, ministros afirmaram, em seus votos, que Marina ainda pode disputar as eleições por outra legenda e elogiaram o discurso e a postura dos apoiadores da nova legenda. A “janela” desencadeou uma reação de pelo menos sete partidos, que ofereceram suas legendas à ex-senadora.

Marina afirmou que a Rede está vitoriosa e que seu “plano A” de fundar o partido continua. Questionada se vai se candidatar por outra legenda para disputar a Presidência no ano que vem, disse que vai discutir com os integrantes da Rede e só anunciará qualquer posicionamento sobre o futuro eleitoral nesta sexta-feira, 05.

Ela voltou a reclamar da atuação dos cartórios que invalidaram 95 mil assinaturas da Rede sem apresentar justificativa. Disse que tal atitude foi “deliberada”. A ex-ministra afirmou que o julgamento virará um “case” para os estudiosos do direito. Apesar de rejeitarem a criação da Rede, ministros do TSE sugeriram um caminho para a ex-senadora, que obteve cerca de 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010.

“Não falta partido para quem quer concorrer às eleições”, afirmou o ministro Otávio de Noronha. “Gostaria muito que esse partido pudesse receber o deferimento, mas como juíza não tenho como deixar de acompanhar a relatora (e rejeitar o pedido de criação do partido)”, disse a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia.

Voz das ruas.

O potencial eleitoral de Marina cresceu com as manifestações de junho, já que a ex-ministra tem discurso afinado com as bandeiras encampadas por manifestantes e é considerara uma política sem os vícios criticados nos protestos. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, Marina aparecia na segunda colocação para o pleito presidencial de 2014, atrás apenas da presidente Dilma Rousseff.

No julgamento desta quinta-feira, prevaleceu entre os ministros o entendimento de que o partido não poderia ser criado sem as 491 mil assinaturas de eleitores. Marina Silva acusava os cartórios eleitorais de rejeitarem aproximadamente 95 mil assinaturas sem justificativa. Com esses apoios, a legenda teria o apoio exigido pela lei. No entendimento dos ministros, cabia ao partido demonstrar a lisura dessas assinaturas. Com informações da Agência Estado.

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