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Maia mantém para agosto votação de denúncia contra Temer

Governistas avaliam adiar ou engavetar pedido para julgar Temer

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Contrariando governistas preocupados em tentar ampliar o prazo para apreciação do pedido de autorização para processamento do presidente Michel Temer (PMDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou, neste sábado (15), que a votação da denúncia de corrupção apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) será mesmo pautada para agosto.

Sucessor natural da faixa presidencial, Maia disse que acredita que haverá quórum e um desfecho para o caso já no próximo mês. Governistas que tentaram se livrar logo da matéria, antes do recesso, já avaliam prorrogar a apreciação do pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para autorizar o processamento da ação penal propostas, até que a PGR ofereça outras denúncias previstas. Assim, tentariam se livrar da crise de uma só vez, apreciando todos os pedidos.

Maia ignora falta de pressa de Temer (Foto: Marcelo Camargo/ABR)O governo concordou em adiar a votação, quando constatou que, sem apoio de oposicionistas, não colocariam 342 deputados no plenário, para dar início à sessão.

“Vou pautar dia 2 de agosto e acredito que haverá quórum”, disse Maia ao jornal Estado de S. Paulo. Ele exigiu o quórum, alegando que a votação poderia ser contestada no STF, sem o apoio de 342 deputados.

A posição fez nascer a proposta de líderes governistas dispostos a tentar “engavetar” o pedido, para manter Temer no cargo. Eles entendem que a procuração em obter quórum deveria ser da oposição, que tem o interesse em derrubar o presidente da República. Por isso, Temer também não tem pressa para a votação ocorrer.

“Cabe à oposição, àqueles que querem que seja iniciado o processo, colocar 342 deputados. Se eles colocarem, nós teremos a votação. Se eles não colocarem, não teremos. Não cabe ao governo ter essa preocupação com o quórum”, disse o líder da maioria na Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES).

Mesmo defendendo a estratégia de não se preocupar com encher o plenário para votar o pedido, Lelo estará lá para votar e garantir o quórum, com tranquilidade, porque em suas contas, há cerca de 250 votos favoráveis a Temer.

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