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Maceió é 1ª capital a atingir meta da ONU para reduzir mortes no trânsito

Pardais e Lei Seca garantiram 74% mortes a menos no trânsito

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Maceió é a primeira capital brasileira a bater a meta pactuada pela Organização das Nações Unidas (ONU), de reduzir em 50% os acidentes de trânsito com vítimas fatais, até 2020. O feito pode ter relação direta com a intensificação das abordagens da Lei Seca, pelo Governo de Alagoas, desde 2012, bem como com a instalação de radares de fiscalização eletrônica pela Prefeitura de Maceió, desde 2016.

Com dois anos de antecedência do prazo final da meta da ONU, a capital alagoana já atinge a redução de 74,5% no número de mortos no trânsito, passando de 275 vítimas em 2011, para 70 óbitos no ano passado. A informação foi publicada pelo site AL1 e confirmada pelo Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL).

O resultado é importante, diante do fato de nenhuma capital brasileira ainda ter chegado aos 50% de redução pactuada para 2020. E demonstra que as políticas públicas de trânsito em Maceió avançam e se complementam, apesar da rixa eleitoral entre o governador Renan Filho (PMDB) e o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), prováveis adversários na disputa pelo Governo de Alagoas, em outubro.

O diretor do Detran de Alagoas, Antonio Carlos Gouveia, que coordena o principal órgão à frente das rigorosas operações da Lei Seca, avalia a redução como fruto de um trabalho articulado e de integração para uma mudança de comportamento no trânsito. Ele não crê tanto no papel dos chamados pardais eletrônicos. E destaca que a ampliação da atuação da Lei Seca, em 2015, bem como da estrutura de pessoal e de equipamentos, não só em Maceió, mas no interior, contribuiu para os avanços na política de trânsito.

“Trabalhar uma política de trânsito focada objetivamente em redução de acidentes é atuar sobre estatísticas e procedimentos voltadas a locais onde efetivamente ocorrem acidentes. A Lei Seca é um instrumento efetivo neste propósito buscando uma atuação firme e atuando justamente com foco específico nas estatísticas. Onde há acidentes e na mudança de comportamento do condutor”, destacou o diretor do Detran.

Veja a evolução positiva, segundo dados do IML divulgados pelo Detran:

AÇÕES COMPLEMENTARES

O coordenador de segurança do trânsito do Detran de Alagoas, Antônio Monteiro, concorda que a conquista tem relação direta com o trabalho da Lei Seca – que foi iniciado no governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), em 2012. Mas também divide o mérito com as parcerias entre órgãos estaduais e a prefeitura de Maceió. E vê os pardais eletrônicos como ferramenta fundamental para atingir a meta de salvar vidas.

“A Lei Seca é importante, foi importante. É um grande projeto que a gente desenvolveu. Mas isso soma-se, sim, com o radar eletrônico, que é muito importante porque controla a velocidade. E é a velocidade que diz a gravidade do acidente. Porque o acidente em alta velocidade, causa dano material. Mas o acidente em alta velocidade causa morte ou dano permanente. E a redução da velocidade é fundamental para reduzir o número de mortos”, afirmou Antônio Monteiro.

O superintendente municipal de Transporte e Trânsito de Maceió (SMTT), Antônio Moura, também destacou que, baseado em dados e estatísticas analisados pelos técnicos do município, é necessária fiscalização eletrônica para fins de redução no número de acidentes em Maceió. "Além disso, principalmente nas grandes avenidas, acontece uma melhor fluidez no trânsito fruto da velocidade constante imposta pelos radares e equipamentos de fiscalização eletrônica", completou Moura.

À época em que a Lei Seca foi lançada, em 2012, era o último ano da administração do ex-prefeito de Maceió e deputado federal Cícero Almeida (Podemos-AL), que é contrário aos radares de fiscalização eletrônica implantados pelo seu sucessor tucano Rui Palmeira e pela sua antecessora, Kátia Born (PDT).

Em dezembro, a pedido do Ministério Público Estadual, uma liminar da juíza Maria Ester Manso determinou a desativação dos radares de fiscalização eletrônica em Maceió. Foram apontadas irregularidades como exagero na quantidade de equipamentos instalados e ausência de argumentação técnica para a adoção do método de fiscalização. 

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