Estratégia

Lula assume defesa de eleições gerais porque teme ficar inelegível

Aliados de Lula no PMDB, como Renan, querem antecipar eleições

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O ex-presidente  Lula afirmou em reuniões com integrantes do PT e líderes partidários, que, caso não tenha autonomia para tocar o governo após uma eventual vitória de Dilma Rousseff no impeachment, deixará que avancem no partido e entre os aliados as discussões pela realização de eleições gerais. 

A motivação do ex;presidentem, no entanto, é outra: investigado na Operação Lava Jato, ele ainda teme ser preso e convive com a expectativa de se tornar inelegível, com base na Lei da Ficha Limpa. Por isso, não quer esperar as eleições previstas para 2018. 

A ideia de Lula tem respaldo de lideranças do PMDB como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que mantém distância do vice-presidente Michel Temer, sucessor de Dilma no caso de o impeachment passar no Congresso. Na semana passada, Renan defendeu a realização de eleições gerais. 

Oficialmente, ninguém fala nos temos de Lula, em relação à sua prisão por corrupão ou sua inelegibilidade pelas mesmas razões, em futuro breve. Pela Lei da Ficha Limpa, torna-se ienelegível o político que tenha sido concenado por qualquer tribunal colegiado.

As conversas entre Lula e Renan se intensificaram desde que o ex-presidente voltou a atuar diretamente nas negociações com o Congresso. Renan afirmou na última semana que "vê com bons olhos" a realização da eleição geral, mesmo não havendo nenhuma proposta concreta sobre o tema. "Acho que, se a política não arbitrar saídas para o Brasil, não podemos fechar nenhuma porta", disse ele.

A estratégia de uma nova eleição geral antes de 2018 é tratada de forma sigilosa para não melindrar integrantes da base aliada que ainda estão indecisos em relação à votação do impeachment. 

O debate no plenário sobre o afastamento de Dilma deve ter início no próximo dia 15. A ideia surge, entretanto, em meio aos levantamentos de intenção de votos que apontam o petista na frente de uma possível disputa pelo Palácio do Planalto.

A mais recente pesquisa do instituto Datafolha mostra Lula na liderança das intenções de voto para presidente com 21% no cenário em que disputa com os candidatos mais prováveis. Ele é seguido de perto por Marina Silva (Rede), que conta hoje com 19%, e pelo senador Aécio Neves (PSDB), com 17%. Jair Bolsonaro (PSC) tem 8% e Ciro Gomes (PDT), 7%.

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