Corrupção

Lobista diz que entregou dinheiro vivo para nora de Lula e para Cunha

Lobista pagou a Bumlai (centro) propina entregue a nora de Lula

acessibilidade:

O delator e lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobrás, revelou à Procuradoria-Geral da República que um conhecido amigo de Lula, pecuarista José Carlos Bumlai, cobrou comissão de R$ 3 milhões para colocá-lo em contato com o então presidente. Segundo Bumlai, desse valor, R$ 2 milhões foram destinados a uma nora de Lula, para o pagamento de "uma parcela" de um imóvel que ela comprara.

Fernando Baiano revelou que trabalhava para que a empresa OSX participasse de contratos da Sete Brasil com a Petrobrás para exploração do pré-sal. Para isso ele disse que pediu ajuda a Bumlai. O delator contou que o próprio Lula participou de reuniões com o presidente da Sete Brasil para que a OSX fosse chamada para o negócio. Os negócios não foram adiante, segundo Baiano, mas, mesmo assim, segundo ele, Bumlai cobrou os R$ 3 milhões. Os R$ 2 milhões foram repassados através de contratos falsos de aluguel de equipamentos de uma empresa de Bumlai, segundo Baiano.

 

Dinheiro vivo para Cunha

O lobista ligado ao PMDB confessou também às autoridades que entregou em dinheiro vivo, "entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão", ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), o escritório do parlamentar no Rio, em outubro de 2011. O dinheiro foi entregue a um certo "Altair". Ele disse que o montante era relativo a uma parcela da propina total de US$ 5 milhões que teria sido destinada a Cunha na contratação de navios sonda pela estatal petrolífera. 

Baiano disse, ainda, que tinha um celular exclusivo para falar "com determinadas pessoas" sobre valores ilícitos, entre elas Eduardo Cunha. Segundo ele, o presidente da Câmara "mandou até e-mail com tabela do que foi pago e do que ainda tinha que ser pago". O lobista prometeu apresentar provas à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República. 

Reportar Erro