R$ 11,5 milhões

Líder do PSDB no Senado será investigado por suposto caixa 2 em 2014

Paulo Bauer teria recebido R$ 11,5 milhões em doações de campanha

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 ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, na terça-feira, 6, autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar o senador Paulo Bauer (SC), líder do PSDB no Senado, por suposto recebimento de R$ 11,5 milhões não-declarados (caixa 2) para a campanha eleitoral de 2014, quando concorreu ao governo de Santa Catarina, pela empresa Hypermarcas, hoje Hyper Pharma.

O caso tem origem em delação premiada do ex-executivo da empresa Nelson José de Mello, na Operação Lava Jato.

Nas anotações de Mello, o assunto estava descrito como “Projeto Criciúma”. De acordo com o Ministério Público Federal, o “colaborador informou que contratos fictícios, sem a devida prestação de serviços, foram firmados para ocultar doação não-oficial à campanha do senador Paulo Bauer, no ano de 2014, para o governo do Estado de Santa Catarina”.

Nelson Mello afirmou em delação que não tinha como apresentar detalhes, “por não ter mais acesso aos arquivos da empresa”, mas obteve cópias de contratos junto ao advogado da Hypermarcas.

Segundo o delator, o repasse dos valores teria sido feita por meio de: dois contratos com uma empresa de engenharia e saneamento (R$ 750 mil, em 25/9/2014, e R$ 1 milhão, em 28/11/2014), dois contratos com um instituto de pesquisas (R$ 350 mil, em 23/12/2013, e R$ 400 mil, em 25/9/2014) e quatro contratos com um escritório de advocacia (R$ 3,5 milhões, em 15/8/2013, R$ 1 milhão, em 2/6/2014, R$ 1,5 milhão, em 25/9/2014, e R$ 3 milhões, em 2/12/2014).

Ainda de acordo com o delator, “a doação teria sido feita para desenvolver laços políticos com parlamentar de destaque no PSDB”. A importância da relação com o senador catarinense era pelo fato dele “concorrer ao governo estadual e participar ativamente de assuntos relacionados à guerra fiscal entre os Estados e à indústria farmacêutica”.

Agora, a Procuradoria Geral da República fará uma investigação específica para depois decidir se apresenta denúncia contra Paulo Bauer.

Em nota, o senador tucano disse que não tem conhecimento do teor do processo e nega qualquer irregularidade.

“Em 2013, não era candidato e nem realizava ações para tornar-me candidato no ano seguinte; ao fim de 2014, não poderia ter recebido – e não recebi – qualquer valor, pois não fui vitorioso no pleito daquele ano; todos os recursos utilizados naquela campanha foram rigorosamente contabilizados tendo sido as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral. Tenho a vida pública conhecida, transparente e honrada nos últimos 37 anos. Por isso, quero manifestar total confiança no Judiciário e assegurar aos catarinenses que estou tranquilo sobre minha inocência”, disse Paulo Bauer.

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