Líder do blocão quer clareza no ‘jogo’ entre Renan, Moreira e Temer
Arthur Lira quer saber se Temer combinou unir Moreira a Renan
A do ministro Moreira Franco do senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem irritado o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que lidera o bloco de 244 deputados de 11 partidos que compõem a base de apoio ao presidente Michel Temer. Depois de ver o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República ir a Alagoas para derramar elogios sobre o senador alagoano que virou inimigo do governo que chamou Temer de “líder de facção”, Arthur Lira pede clareza sobre a “jogada” entre a Presidência que se dispôs a defender e o seu virulento opositor.
A fala de Moreira Franco em Alagoas reforça a informação de bastidores – negada pelo ministro – de que o ministro que compõe o núcleo duro da Presidência teve a incoerência de articular a aliança do ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR-AL), com Renan, para garantir recursos para o governo de Alagoas um cenário ideal para a reeleição do senador alagoano e de seu herdeiro político, Renan Filho, que governa o Estado.
Ao responder sobre assunto ao Diário do Poder, Arthur Lira demonstrou interesse em saber se a aliança do ministro com Renan foi combinada com o presidente Temer; ou se falta coerência política e “outras faltas”, da parte de Moreira Franco e do senador alagoano.
“Esse jogo, tanto do Moreira, quanto do senador [Renan], tem que ficar claro em Alagoas e no Brasil. Se o jogo é combinado, ele vai aparecer. Se não for combinado, falta coerência política tanto do ministro, quanto do senador. E a falta de coerência pode ser confundida com outras faltas que podem ser colocadas nesse contexto”, disse Arthur Lira.
Oposição ao projeto de reeleição da família Calheiros, o líder do blocão já havia endurecido o tom contra Moreira Franco, na semana passada, quando utilizou a tribuna da Câmara dos Deputados para cobrar explicações sobre os recursos destinados às Forças Armadas para realizar a intervenção federal no Rio de Janeiro. Ele afirmou que vê o Congresso acocorado por ter votado a proposta do Palácio do Planalto e questionou “para onde foi o dinheiro” prometido às Forças Armadas.