Operação Lava Jato

Léo Pinheiro afirma que Gim pedia propina em forma de doação para paróquia

Empreiteiro delator afirma que Gim pedia propina para paróquia

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Durante o depoimento desta terça-feira (13), o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro assegurou ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-senador Gim Argello lhe pediu doação para a Paróquia São Pedro, em troca de evitar a sua convocação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI ) da Petrobras, em 2014.

Foi o próprio executivo que pediu a Moro para prestar esclarecimentos na ação criminal onde é acusado de ter pagado propina para Gim em troca de proteção na CPMI onde o ex-senador era vice-presidente. Moro tentou ouvir Pinheiro em agosto, mas o empreiteiro não quis falar durante a oitiva.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, documentos comprovam que a Paróquia São Pedro recebeu R$ 350 mil da OAS. O ex-senador negou, chorando, que tenha pedido propina para que empreiteiros investigados não fossem convocados na comissão.

O ex-senador afirmou a Sérgio Moro que na verdade houve pedido de doação eleitoral e não de vantagem indevida em função da CPMI. “Não fui desonesto, eu não pedi propina a ninguém, eu não pedi vantagem indevida para ninguém, eu pedi doação eleitoral dentro da lei. Todos eles falavam que tinham espaço fiscal para fazer isso. Eu não sabia, naquela época, que eles eram envolvidos com Petrobras".

Léo Pinheiro também contou sobre outras doações feitas pela OAS. Segundo o executivo, a empresa pagou R$ 2,5 milhões ao diretório nacional do PMDB, R$ 1 milhão oficialmente e R$ 1,5 milhões de caixa 2. Léo também confessou o pagamento, de caixa 2, para o ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rego, que em 2014 era o presidente da CPMI da Petrobras. O deputado federal Marco Maia (PT) também foi citado, e teria recebido R$ 1 milhão.

Vitória de Pirro

Gim Argello foi preso durante a 28ª fase da Operação Lava Jato. O ex-senador responde por abstrução à investigação, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de capitais e concussão. 

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