Petrolão

Lava Jato vai investigar novos doleiros e emissários

Justiça e MPF querem detalhes da movimentação na contabilidade paralela do Posto da Torre, em Brasília

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A Justiça Federal do Paraná vai incluir na Operação Lava Jato a participação de novos doleiros e emissários na entrega de dinheiro a agentes públicos em Brasília e outros estados, segundo o jornal O Globo.

O juiz Sérgio Moro e o Ministério Público Federal querem detalhes da movimentação encontrada pela Polícia Federal na contabilidade paralela do Posto da Torre, de Carlos Habib Chater, um dos doleiros presos na Lava Jato. Foram identificadas subcontas e documentos de transporte de dinheiro em espécie. Apenas em uma delas, a “K corrente”, foram movimentados R$ 15,2 milhões entre 2008 e março deste ano, segundo as investigações.

Os documentos de transporte informam que o dinheiro seria usado como sinal para aquisição de posto de gasolina. Quatro portadores foram identificados. Um deles, identificado como “Sanje”, levou R$ 235 mil para Manaus e R$ 400 mil para Porto Alegre. A remessa para Curitiba, de R$ 420 mil, foi feita por André Nego – ou André Luiz Santos, réu na Lava Jato e que tentou fugir após uma audiência na Justiça. No nome dele está a subconta “And”, na qual, em um único dia, foram retirados R$ 574 mil em dinheiro vivo e R$ 33 mil pagos a Chater, supostamente de comissão. Em novembro de 2013, a “And” acumulava movimentação de R$ 1,298 milhão.

Chater nega as acusações e que uma das subcontas encontradas pela PF, a “Primo”, seja do doleiro Alberto Youssef. Ele era tratado como “primo” nas conversas gravadas pela PF durante a investigação.Apesar das negativas, Youssef, um dos clientes de Chater, já admitiu que usou o posto para entrega de dinheiro a agentes públicos em Brasília.

A investigação dos pagamentos feitos por Chater deve avançar ainda mais com a assinatura de mais um acordo de delação premiada: Ediel Viana da Silva, gerente do posto e que emprestava o nome para empresas de fachada, além de administrar lavanderias que tinham Chater como sócio oculto, negocia com o MPF. em um dos depoimentos. Ediel contou que o ex-deputado Pedro Corrêa (PP), condenado no mensalão, pegava dinheiro no posto.

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