Jorge e Bruno Luz

Lava Jato rastreia donos de 492 carros que visitaram operadores do PMDB

Delegado pediu informações sobre visitas a Jorge e Bruno Luz

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A investigação sobre os operadores do PMDB Jorge Luz e Bruno Luz ganhou uma nova frente. A Polícia Federal, na Operação Lava Jato, está rastreando quem visitou três salas comerciais ligadas ao pai Jorge e ao filho Bruno no Condomínio Barra Trade, localizado na Barra da Tijuca, no Rio.

No dia 29 de maio, o delegado federal Filipe Hille Pace enviou uma planilha ao diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Elmer Vicenze, vinculado ao Ministério das Cidades, com os registros de entrada e saída das salas 227, 327 e 328 do condomínio.

“Solicito a Vossa Senhoria que informe, com urgência, uma vez que se trata de processo com réu preso, os registros de propriedade dos veículos, no período de 2007 a 2013, vinculadas a 492 placas discriminadas no arquivo, que segue em anexo ao e-mail”, requereu o delegado.

Jorge e Bruno Luz são réus da Lava Jato e estão presos desde 25 de fevereiro. Pai e filho são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo a denúncia, pai e filho atuaram com os lobistas Fernando Soares, o Fernando Baiano, e Julio Camargo, para operacionalizar propina de US$ 15 milhões sobre a contratação do navio-sonda Petrobrás 10.000 do estaleiro coreano Samsung, que custou US$ 586 milhões entre 2006 e 2008.

A força-tarefa da Lava Jato aponta que parte da propina foi destinada a políticos do PMDB e parte destinada a funcionários corruptos da Petrobrás.

Coube a Jorge e a Bruno Luz, afirma a força-tarefa da Lava Jato, a intermediação dos recebimentos para parlamentares federais do PMDB por intermédio de estratagemas de lavagem de dinheiro com o uso da conta oculta na Suíça da offshore Pentagram, que era controlada pelos acusados, e com a indicação de contas no exterior dos doleiros uruguaios Jorge e Raul Davies, também denunciados, para posterior repasse a políticos.

Um político identificado como beneficiário dos valores é o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que responde à acusação por estes fatos em outro processo.

Além dos contratos de aquisição dos navios-sonda Petrobrás 10.000 e Vitória 10.000, também é objeto da denúncia a contratação da Schahin Engenharia para operação do navio-sonda Vitória 10.000 ao custo de US$ 1,6 bilhão.

Os executivos do grupo Schahin ofereceram propina de US$ 2,5 milhões aos funcionários da Área Internacional da Petrobrás para dar viabilidade técnica à contratação.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, para operacionalização dos pagamentos, Jorge e Bruno Luz novamente atuaram, desta vez em conluio com Milton e Fernando Schahin, intermediando a propina por meio de operação de lavagem transnacional de capitais com a utilização de contas ocultas no exterior. (AE)

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