Velha conhecida

Lava Jato: ligação da Queiroz Galvão a esquemas de corrupção não é inédito

Empreiteira e seus executivos são alvo da Operação "Resta Um"

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A força-tarefa da Operação Lava Jato apontou nesta terça-feira, 2, que o envolvimento da Construtora Queiroz Galvão em ‘grandes esquemas de corrupção não é inédito’. A empreiteira e seus executivos Ildefonso Colares e Othon Zanóide são alvo da Operação Resta Um, 33ª fase da maior ação contra corrupção do País.

“O histórico de envolvimento do grupo com grandes esquemas de corrupção não é inédito, já figurado nas operações Monte Carlo, Castelo de Areia e Navalha, e tendo sido as duas últimas anuladas nos tribunais superiores”, informou em nota a força-tarefa.

Segundo o procurador Diogo Castor, a banalização das anulações de provas representa um alento para os criminosos que já tiveram participação em esquemas criminosos provados.

“Infelizmente se essas operações tivessem um mínimo de efetividade, talvez a Lava Jato nem precisasse existir” assinalou.

A Resta Um investiga obstrução à investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás, em 2009. Há indícios, segundo a Procuradoria da República, que incluem a palavra de colaboradores e um vídeo, de que R$ 10 milhões em propina foram pagos pela Queiroz Galvão ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, em 2009, para evitar que as apurações da CPI tivessem sucesso em descobrir os crimes que já haviam sido praticados até então.

A Queiroz Galvão tem o terceiro maior volume de contratos celebrados com a Petrobras, alcançando um total superior a R$ 20 bilhões. Segundo

O coordenador da força-tarefa Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, ressaltou a gravidade da obstrução dos trabalhos de apuração de 2009, porque ‘a investigação da CPI era como um guardião da Petrobrás’.

“As evidências indicam que o ladrão roubou a casa e, em seguida, matou o vigia”, afirmou Dallagnol.

“A corrupção que colhemos é fruto da impunidade dos crimes passados. Esses crimes investigados hoje são filhos de um sistema de justiça criminal disfuncional, o qual falhou em punir casos pretéritos em que as mesmas empresas da Lava Jato eram investigadas.”

Para o procurador, ‘sairemos da Lava Jato sem aprender a lição se não aprovarmos reformas nesse sistema, como as 10 medidas contra a corrupção’.

“Precisamos disso para que os crimes sejam alcançados pela ação da Justiça como regra, e não como exceção”, assinalou. (AE)

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