Fim de uma vergonha

Justiça determina que José Alencar era pai de professora em Minas

Sentença expõe e lembra atitude vergonhosa do poderoso político mineiro

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O Tribunal de Justiça de Minas Gerais finalmente decidiu, após 13 anos, que o falecido ex-vice-presidente José Alencar é mesmo pai da professora Rosemary Morais Falecido em 2011, a Justiça reconheceu José Alencar como o pai da professora Rosemary Moraes. O caso foi noticiado há anos, com exclusividade, na coluna Claudio Humberto.

Ele passou os últimos anos de sua vida, até seu alecimento em 2011, usando seu poder para manter-se inacessível aos oficiais de justiça que tinham a missão de notificá-lo para a realização de exame de DNA ordenado pela Justiça. O TJ-MG entendeu que essa recusa caracterizou a presunção da paternidade.

Em julho de 2010, o juiz José Antônio de Oliveira Cordeiro concedeu à professora  o direito de adotar o sobrenome do então vice-presidente, com base nas provas testemunhais e na própria recusa do DNA. Herdeiros de Alencar, que dividem uma fortuna avaliada em bilhões, devem contestar a decisão no STJ (Superior Tribunal de Justiça). A Coteminas, empresa de Alencar, fatura cerca de R$ 2,4 bilhões de reais ao ano.

Além de se recusar a fazer exame de DNA, José Alencar falava mal da filha, que somente recorreu à Justiça, buscando reconhecimento de paternidade, depois de inutilmente tentar aproximar-se para conhecê-lo melhor. A mãe dela, enquanto viveu, proibiu que ela buscasse tal reconhecimento. Apesar da discrição da mulher com quem teve a filha Rosemary, uma enfermeira de Caratinga, José Alencar chegou a insinuar, em entrevista a Jô Soares, que se tratava de uma garota de programa.

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