Fraude em contrato

Justiça abre novo processo contra Neymar e Josep Bartomeu

Jogador é acusado de fraude em contrato com o Barcelona

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O juiz da Audiência Nacional da Espanha, José de la Mata, abriu um novo processo contra Neymar e contra o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, após ter recebido uma denúncia da empresa DIS, que detinha parte dos direitos econômicos do atacante e acusa o jogador e o clube de "fraude e corrupção" na contratação milionária que fez o craque trocar o Santos pelo time espanhol, em 2013.

O fundo de investimentos brasileiro alega que o Barcelona e a família do jogador falsificaram contratos com o objetivo de diminuir os valores que teriam de ser repassados na transação, tendo em vista o fatiamento dos direitos do atleta. Fontes jurídicas também informaram nesta quarta-feira na Espanha que o processo é contra o ex-presidente do Barça, Sandro Rosell, e contra o pai de Neymar, acusado de receber a maior parte do dinheiro da transação em contrato firmado entre o Barcelona e a N&N, empresa da família do camisa 10 da seleção brasileira.

A DIS, por sua vez, já não conseguiu ter sucesso na tentativa de fazer parte do processo da Audiência Nacional, que é um tribunal com sede em Madri, em caso que foi repassado para julgamento das autoridades em Barcelona, em recente vitória jurídica do clube catalão. A DIS, entretanto, entrou com nova queixa na Justiça espanhola, que desta vez acatou a denúncia e irá julgar Neymar e o presidente do Barcelona. A empresa detinha 40% dos direitos econômicos do atacante, enquanto 55% pertenciam ao Santos e outros 5% à Teísa, outro grupo de investidores.

A DIS tinha direito a receber 40% dos 17,1 milhões de euros pagos pelo Barcelona ao Santos para contratar o atacante, mas a empresa alega que essa quantia (de cerca de 6 milhões de euros) é bem menor do que ela acredita que deveria ganhar. O Barça, no caso, entra neste processo como pessoa jurídica, sob acusação de ter cometido delitos fiscais e apropriação indébita na polêmica contratação do brasileiro. Na mira da Justiça, o clube espanhol inicialmente informou ter pago 57,1 milhões de euros pelo total da transação que tirou o craque do Santos. Depois, porém, admitiu ter desembolsado 95 milhões de euros. A polêmica, no caso, acabou sendo determinante para a saída de Rosell da presidência do time catalão na época.

A Justiça investiga a acusação de que o clube supostamente fraudou mais de 13 milhões de euros, entre 2011 e 2014, na contratação de Neymar, que acaba de conquistar o título da Liga dos Campeões pelo clube espanhol. Por causa das acusações, a promotoria do caso pediu, em 23 de março deste ano, pela condenação de Bartomeu a dois anos e três meses de prisão, assim como pediu que Rosell fosse sentenciado a sete anos e seis meses de detenção. Para completar, pede para que o atual presente do Barcelona e seu antecessor paguem multas de 3,8 e 25,1 milhões de euros, respectivamente, assim como cobra do clube o pagamento de 11,4 milhões de euros para a Receita Federal da Espanha em caráter de indenização e ainda uma multa pesada de 22,2 milhões de euros. (AE)

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