Petrolão

Justiça abre ação contra cúpula de mais duas empreiteiras

Juiz aceitou denúncia contra mais 11 suspeitos e vai a 30 o número de réus no Petrolão

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O juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta terça-feira, 16, denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 11 pessoas por suspeita de participação em crimes como corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Entre eles estão o vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, e o presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, executivos e funcionários das empreiteiras. Outras cinco pessoas, que já viraram réus em outras ações, também tiveram esta denúncia aceita, como o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Com a decisão da Justiça, vai a 30 o número de réus no Petrolão.

No despacho, o juiz Sérgio Moro destaca que Sérgio Mendes é apontado pelos delatores que aceitaram colaborar com as investigações como o principal integrante do esquema na empreiteira. Ele admitiu ter feito depósitos no total de R$ 8,028 milhões nas contas das empresas GFD Investimentos e Empreiteira Rigidez, por solicitação de Alberto Youssef. ?Reconheceu que se tratava de vantagem indevida, ou seja, propina, paga no âmbito das obras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária, região metropolitana de Curitiba. Como álibi, declarou que a Mendes Júnior teria sido vítima de extorsão?, escreveu o magistrado.

De acordo com denúncia do Ministério Público Federal, os executivos da Mendes Júnior pagaram propina de 1% sobre o valor de contratos com a Diretoria de Abastecimento, prática que teria continuado após a saída de Costa do cargo, em abril de 2012. Parte dos recursos pagos como suborno teria sido lavada com a ajuda de Alberto Youssef, por meio da celebração de contratos fraudulentos de prestação de serviços. Os executivos da empreiteira teriam apresentado notas fiscais falsas para justificar esses repasses.

O advogado da Mendes Júnior, Marcelo Leonardo, reagiu à abertura da ação penal. ?A defesa considera que a denúncia contém inúmeros excessos e exageros, dando valor a delações não comprovadas por documentos. A denúncia dá aos fatos uma classificação legal também excessiva e tecnicamente absurda.?

Confira lista da nova leva dos réus do Petrolão:

Alberto Youssef, suspeito de chefiar o esquema de corrupção e réu em outros processos ligados a Lava Jato;

Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e réu em outros processos ligados a Lava Jato;

Waldomiro de Oliveira, dono da empresa MO Consultoria e réu em outros processos ligados a Lava Jato;

Carlos Alberto Pereira da Costa, representante formal da GFD Investimentos, pertencente a Alberto Youssef e réu em outros processos ligados a Lava Jato;

Enivaldo Quadrado, ex-dono da corretora Bônus Banval, que atuava na área financeira da GFD e réu em outros processos ligados a Lava Jato;

João Procópio de Almeida Prado, apontado como operador das contas de Youssef no exterior;

Sergio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior;

Rogério Cunha de Oliveira, diretor da área de óleo e gás da Mendes Júnior;

Ângelo Alves Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior;

Alberto Elísio Vilaça Gomes, executivo da Mendes Júnior;

José Humberto Cruvinel Resende, funcionário da Mendes Júnior;

Antônio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini, advogado que teria recebido propina de Alberto Youssef;

Mario Lúcio de Oliveira, diretor de uma agência de viagens que atuava na empresa GFD, segundo delação de Alberto Youssef;

Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da construtora UTC, suposto chefe do “clube” de empreiteiras que atuava na Petrobras;

João de Teive e Argollo, diretor de Novos Negócios na UTC;

Sandra Raphael Guimarães, funcionária da UTC.

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