ÁFRICA DO SUL

Julgamento de Pistorius é adiado para agosto

A juíza do Tribunal Superior de Pretória ordenou o adiamento

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O julgamento do atleta sul-africano Oscar Pistorius foi adiado nesta terça-feira e será retomado no dia 7 de agosto, quando as partes exporão durante dois dias suas conclusões finais do caso, no qual é investigado se o corredor matou intencionalmente sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp.

A juíza do Tribunal Superior de Pretória Thokozile Masipa ordenou hoje o adiamento depois que a defesa desse por concluída sua argumentação, após o último testemunho declarado ontem.

Antes da retomada da audiência oral, em 30 de julho, a promotoria entregará à corte suas conclusões definitivas, enquanto no dia 4 de agosto será a vez da defesa.

Antes de Masipa revelar o adiamento, um dos advogados de Pistorius, Barry Roux, explicou que a defesa teve que renunciar ao que seria sua última testemunha por conta de um ataque do coração sofrido pelo psiquiatra Leon Fine.

Fine foi o psiquiatra designado pela defesa na equipe de quatro especialistas que durante um mês avaliou o estado mental do corredor, para esclarecer se sofria com um transtorno mental que poderia eximí-lo de responsabilidade penal.

Pistorius foi submetido a este exame em maio e junho, depois que outra psiquiatra da defesa assegurou que o suposto transtorno de ansiedade que Pistorius sofre poderia ter influenciado no momento do crime.

As conclusões do relatório, publicadas em 30 de junho, descartam que o velocista sofresse com algum tipo de perturbação mental que o eximisse de responsabilidade criminal quando ocorreram os fatos, ocorrido na madrugada de 14 de fevereiro de 2013.

Naquela noite, Pistorius disparou e atingiu sua namorada através da porta do banheiro do quarto do casal, ao acreditar que se tratava de um ladrão que tinha invadido sua casa em Pretória, segundo a versão do acusado.

A psiquiatra que falou dos possíveis problemas mentais de Pistorius tinha explicado que o velocista -que teve as duas pernas amputadas quando tinha 11 meses, devido a um problema genético- sofre de ansiedade por conta de sua incapacidade, da separação de seus pais e da morte de sua mãe durante sua adolescência.

Também na sessão de hoje, o advogado Roux lamentou não poder ouvir as palavras de todas as testemunhas que desejava, já que algumas delas decidiram não comparecer perante a juíza para que sua voz não fosse transmitida ao vivo para todo mundo.

O julgamento, que começou em 3 de março no Tribunal Superior de Pretória, é televisionado ao vivo por dois canais sul-africanos.

Pistorius, de 27 anos, alega em sua defesa que abriu fogo sem saber que era Steenkamp que se encontrava no banheiro, ao acreditar, devido a um barulho, que um intruso tinha entrado pela janela do banheiro.

Por sua vez, o promotor Gerrie Nel sustenta que o atleta matou intencionalmente Reeva -que então tinha 29 anos-, após uma suposta discussão que vários vizinhos chamados a testemunhar pela acusação dizem ter escutado. (EFE)

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