Juiz Marcelo Bretas aceita denúncia e torna Cabral réu pela 15ª vez
Segundo o MPF, ex-governador recebeu propina de US$ 10,4 milhões
O juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio de Janeiro, aceitou nesta quarta-feira, 11, a nova denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Com mais essa acusação, o peemedebista se tornou réu pela 15.ª vez. O empresário Arthur Soares, o “Rei Arthur”, a sua sócia Eliane Pereira Cavalcante, e outras cinco pessoas também são acusadas por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa, no âmbito da Operação Unfair Play. São elas: Carlos Miranda, Renato Chebar, Sérgio Côrtes, Enrico Vieira Machado e Leonardo de Souza Aranha.
Foragido, "Rei Arthur" é acusado de pagar US$ 10 milhões a Cabral para receber benefícios do ex-governador em contratos de sua empresa. Ele também já era acusado de intermediar a compra de votos da Rio-2016.
Segundo o Ministério Público Federal, Côrtes também teria recebido pagamentos de propina do "Rei Arthur" em troca de benefícios para suas empresas na área da Saúde por meio de pagamento de despesas pessoais no valor de R$ 148 mil.
Ainda segundo o MPF, a evolução de Arthur Cesar de Menezes pulou de R$ 16 milhões em 2006 para R$ 156 milhões em 2007, quando Cabral assume o Governo. Em 2015, os valores já chegavam a R$ 238 milhões. O órgão vincula o aumento aos vários contratos firmados com o Estado na gestão de Cabral.
De acordo com a procuradoria da república, os esquemas chefiados por Sérgio Cabral chegaram à arrecadação de R$ 100 milhões em propinas, distribuídas por meio de contas em paraísos fiscais.
“Em relação aos fatos relacionados à compra de votos para a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, as investigações da força-tarefa prosseguem, após a deflagração, na semana passada, da Operação Unfair Play – segundo tempo”, diz a Lava Jato.
A ação levou à prisão o então presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, que renunciou nesta quarta-feira, 11, ao cargo; e seu braço-direito, Leonardo Gryner, ex-diretor do COB e do Comitê Rio 2016.