José Dirceu é condenado a 23 anos por corrupção na Petrobras
Dirceu movimentou R$71,4 milhões desde 2007 em sua empresa
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) foi condenado pela Justiça Federal nesta quarta-feira (18) a 23 anos e três meses de prisão por crimes de corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela Operação Lava Jato. Essa é a primeira condenação de Dirceu na Lava Jato e a segunda dele por corrupção, que também foi condenado no Mensalão em 2012.
A condenação foi ordenada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que julga casos da Operação Lava-Jato. Dirceu foi preso após a constatação de que movimentou, dentro da sua empresa JD Consultoria, R$ 71,4 milhões desde 2007, quantia em parte não justificada.
Naquele ano ele já estava denunciado no processo do Mensalão (pelo qual o governo federal pagava parlamentares para ganhar apoio em determinadas votações). As movimentações irregulares aconteceram mesmo após o ex-ministro ter sido condenado naquele episódio, em 2012, fato ressaltado como "grave" pelo juiz Moro.
O ex-ministro foi preso em agosto de 2015 no bairro nobre Lago Sul, em Brasília, na 17ª etapa da operação, batizada de Pixuleco. Dirceu foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e depois encaminhado ao presdídio de Pinhais, onde permanece. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) foi aceita em setembro do ano passado e envolve atos ilícitos no âmbito da diretoria de Serviços da estatal e abarca 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva, entre 2004 e 2011.
Na sentença proferida hoje, Moro diz que Dirceu usou laranjas para realizar operações ilegais, inclusive após a realização das primeiras fases da Lava-Jato. O Ministério Público Federal (MPF) responsabiliza José Dirceu po 31 atos de corrupção passiva entre 2004 e 2011. Foram decretados também o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias dele. Cabe recurso da decisão.