"Quadrilhão" do PMDB

Janot avalia unificar duas denúncias contra Michel Temer

Supostos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar apenas mais uma denúncia contra o presidente Michel Temer, e não duas como chegou a ser cogitado. O peemedebista já foi denunciado no mês passado por corrupção passiva com base na delação do Grupo J&F. O Supremo Tribunal Federal (STF) aguarda decisão da Câmara dos Deputados, que precisa autorizar o prosseguimento da denúncia.

O grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) trabalha durante o recesso do Judiciário com a meta de encerrar a apuração que trata dos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa. O objetivo é finalizar a nova acusação formal antes do fim do mandato de Janot, em setembro.

De acordo com reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o objetivo é reforçar a narrativa da acusação contra Temer, explorando duas vertentes: uma na qual aponta o envolvimento do presidente da República com o grupo político do PMDB da Câmara, suspeito de praticar desvios na Petrobras e na Caixa Econômica Federal; e outra que trata de eventual ligação de Temer com a suposta tentativa do empresário Joesley Batista de barrar os acordos de delação premiada do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do corretor Lúcio Funaro. Procuradores apontam conexão entre os crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça.

Para que a nova denúncia seja oferecida até setembro, é preciso que se finalize o inquérito que investiga o PMDB da Câmara pelo crime de formação de quadrilha. Desmembrada do inquérito original do “quadrilhão” que tramita no STF e investiga a atuação do PT, PMDB e PP na Petrobras, a apuração contra os peemedebistas da Câmara mira na atuação desses políticos na indicação de aliados para postos importantes na Petrobras e na Caixa. São investigados também políticos suspeitos de “vender” requerimentos e emendas parlamentares para beneficiar empreiteiras e banqueiros.

São alvo da investigação Cunha, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, Funaro e outros 12 suspeitos. A maioria das provas coletadas contra eles está relacionada às Operações Sépsis e Cui Bono?. Além disso, as delações da Odebrecht e da JBS relatam uma série de atuações desse grupo político em troca de pagamento de propina. Nas duas delações, Temer é apontado como líder do PMDB da Câmara.

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