Impasse diplomático

Itamaraty diz que vai abrir inquérito sobre chegada de senador boliviano ao Brasil

Itamaraty não sabia da vinda do opositor boliviano e abrirá inquérito

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senador-boliviano-Roger-Pinto-MolinaO Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo (25) que não tinha conhecimentos da chegada do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil. Em nota, o órgão disse que vai abrir um inquérito para apurar o caso.

Pinto, que estava asilado havia mais de um ano na embaixada brasileira em La Paz, desembarcou em Brasília, na madrugada de hoje, em um jatinho particular vindo de Corumbá (MS) e acompanhado do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

O Itamaraty relatou que foi informado da chegada de Pinto no sábado (24), mesma data do ingresso do político em território brasileiro. Diante da circunstância, o ministério disse que convocou o encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, ministro Eduardo Saboia, para prestar esclarecimentos.

Ao desembarcar em Brasília, Pinto agradeceu às autoridades brasileiras, mas evitou comentar a sua vinda ao país sem o salvo-conduto (permissão necessária para deixar o país) do governo boliviano, que seria necessário para a viagem. “Devo agradecer uma vez mais a todo o Brasil e as suas autoridades. (…) Em um momento oportuno, uma vez que conheço a decisão das autoridades, poderei me pronunciar mais.”

O episódio poderá criar um conflito diplomático com a Bolívia. Neste domingo (25), o governo boliviano confirmou a vinda opositor ao Brasil, em pronunciamento oficial, e tratou Roger Pinto como fugitivo.

Pinto, acusado de diversos crimes de corrupção na Bolívia, refugiou-se na embaixada brasileira em La Paz em 28 de maio de 2012. Após dez dias de ser recebido na embaixada, o governo brasileiro concedeu ao senador o status de asilado político.  Em junho, o político foi condenado a um ano de prisão por um tribunal boliviano, que o declarou culpado de danos econômicos ao Estado calculados em cerca de US$ 1,7 milhão.

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