Tô fora

Indignado com Rosso, presidente do conselho de ética troca o PSD pelo PR

Rosso perdeu seu respeito ao mudar deputados para ajudar Cunha

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O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), deve deixar o PSD e se filiar ao PR nas próximas semanas. De acordo com Araújo, o PR o convidou para ingressar partido, oferecendo em troca o comando da legenda na Bahia, hoje presidida pelo deputado João Carlos Bacelar.

Araújo aproveitará a janela de 30 dias para troca partidária sem risco de cassação de mandato por infidelidade partidária. O período começou a contar na última quinta-feira, 18 de fevereiro após promulgação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nesse sentido pelo presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Ele contou que foi convidado para o PR na semana passada pelo presidente nacional da sigla, Alfredo Nascimento. Araújo disse que, inicialmente, não estava disposto a mudar de partido, mas mudou de opinião nesta terça-feira, após a troca de integrantes titulares feita pelo líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), no conselho.

Como líder do bloco formado pelo PSD, PR e PROS, Rosso indicou nesta terça o suplente João Carlos Bacelar (PR-BA) para a vaga de titular no conselho aberta com a renúncia de Sérgio Brito (PSD-BA), que está doente. Tanto Bacelar quanto Brito são aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no colegiado.

"Eu disse que só iria se o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o (senador) Otto Alencar (PSB-BA) me dessem o aval. No começo, o Otto me pediu para não ir. Mas depois do que aconteceu hoje no Conselho de Ética, falei com eles e autorizaram", afirmou Araújo. "Agora estou disposto a ir para o PR", emendou. Segundo o deputado, a mudança deve ser fechada ainda nesta semana.

Mais cedo, durante a sessão do conselho, Araújo afirmou que o líder do PSD na Câmara foi "grosseiro" e não foi ético com ele, ao não comunicar previamente a decisão de mudar Bacelar por Brito. "Perdeu meu respeito. Acho uma decisão errada, não podia fazer o que fez. Ele deve ter seus interesses. Alguma coisa deve ter acontecido, até agora ele não tinha se envolvido, e agora tomou partido", afirmou. 

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