Crise sem fim

Governo grego renuncia e convoca novas eleições

Crise política preocupa mercados financeiros, que temem renegociação de programa de resgate econômico da UE ao país

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Envolto em nova crise política, o governo da Grécia dissolveu o Parlamento do país nesta segunda-feira, 30, e convocou eleições gerais antecipadas. A instabilidade política rapidamente se traduziu em um impacto financeiro. A bolsa de Atenas já perde 11% e, pela Europa, o temor é de que suba ao poder partidos que queiram rever o programa de resgate da UE à economia grega. O governo deve renunciar ainda hoje.

Pela manhã, deputados não conseguiram chegar a um acordo para a eleição de um presidente. O cargo tem uma conotação apenas simbólica. Mas era um teste para o governo do primeiro-ministro, Antonis Samaras.

Ele havia apresentado apenas um candidato ao cargo, o ex-comissário da UE, Stavros Dimas. Mas, para ser presidente, Dimas precisaria de 180 votos dos 300 deputados. Hoje, somou apenas 168 apoios.

Pela Constituição da Grécia, um impasse na eleição do presidente deve ser seguida por uma nova eleição geral dos deputados. A coalizão liderada por Samaras deve renunciar ainda hoje.

No fim de semana, ele apelou aos deputados que apoiassem seu candidato. Mas a rejeição foi uma forma encontrada por partidos que desejavam derrubar o governo.

As eleições deve ocorrer em 25 de janeiro. Até lá, os mercados vão acompanhar de perto a evolução dos partidos. O mais temido em Bruxelas seria a vitória do Syriza, de esquerda e que defende uma renegociação dos pacotes de resgate para a Grécia.

Pesquisas de opinião apontam para o partido como estando na liderança em uma eventual votação. (Jamil Chade/AE)

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