Na capital dos concursos públicos, trabalhar longos anos no governo do Distrito Federal não parece ser uma opção tão atrativa. A cada ano, em média, 40 pessoas deixam ? por expulsão ou demissão ? os confortáveis cargos de servidores públicos no DF. Nos últimos dez anos, foram registradas 405 baixas.
Dos 328 servidores demitidos, 61 cometeram algum crime de improbidade administrativa, causaram prejuízo aos cofres públicos, enriquecimento ilícito ou tiveram condutas inapropriadas para um de agente público. Já outros 187 perderam o emprego por terem abandonado o cargo.
Os dados do Portal de Transparência do governo do Distrito Federal mostram também que em três situações, os comportamentos dos servidores foram cabíveis a punições mais graves, como reclusão em regime fechado por até dois anos.
Apesar das constantes reclamações de que os servidores tomam posse, mas abandonam os cargos, a área de educação chama a atenção com maior número de desistentes.São 170 servidores ? entre eles auxiliares e professores ? que deixaram a Educação. A saúde é a segunda maior, 113 demissões.
Os números referem-se a três gestões: último ano do então governador Joaquim Roriz (PRTB), de José Roberto Arruda (PR) e três anos de Agnelo Queiroz (PT). Não há, no entanto, uma incidência maior em nenhuma das gestões, o que pode se resumir, segundo o cientista político, David Fleischer, numa atração para outros cargos.
