Presidência da Câmara

Governo aposta que candidatos aliados podem se reunir e derrubar Castro

Governo avalia que a noite será "longa" e de muitas negociações

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A escolha do deputado Marcelo Castro (PI) como candidato da bancada do PMDB poderá gerar uma reação que beneficie o governo, unindo candidatos para enfrentá-los. O quadro não está definido, mas chegou ao Planalto, na noite desta terça-feira, a informação de que pelo menos três candidatos começaram a "engrenar uma conversa" – Beto Mansur (PRB-SP), Fernando Giacobo (PR-PR) e Rogério Rosso (PSD-DF). As primeiras avaliações são de que Rosso, até a noite de quarta-feira, parecia ter uma vaga garantida no segundo turno. Mas o quadro real só seria definido com o anúncio da decisão do PSDB. Para o lado que os tucanos decidirem seguir, a balança penderá. Quem receber o apoio dos tucanos estaria assegurado no segundo turno para a Presidência da Câmara.

No primeiro momento, os tucanos haviam defendido apoiar Rodrigo Maia, do DEM. Agora, no entanto, ele ficou um pouco mais isolado porque perdeu apoio do PT, que se bandeou para o peemedebista Marcelo Castro. Mas Maia ainda tem esperança de conseguir a cooperação do seu antigo aliado, o PSDB. Mais isolado, pelo menos por enquanto, está Marcelo Castro, que se apresentou "enrolado na bandeira vermelha". Por isso, o governo comemorava e apostava nas informações de que as conversações entre os partidos da base aliada estavam evoluindo.

O governo avalia que esta noite será "longa" e de muitas negociações. Por isso, torcerá para que esse entendimento dos partidos da base se concretizem. Um interlocutor do presidente em exercício Michel Temer, comentou que, caso Marcelo Castro resolva reproduzir o discurso oposicionista contra o governo na sua campanha, em seu discurso em plenário, aí o Planalto entraria na disputa contra ele. O governo estima que, reproduzindo o discurso petista, Castro poderá conseguir reunir até os 137 votos que Dilma conseguiu contra o seu impeachment na votação da Câmara, e perderia a disputa no segundo turno.

Em mais um gesto de prestígio aos parlamentares, Temer decidiu comparecer às comemorações do aniversário do ministro da Educação, Mendonça Filho, em um restaurante de Brasília. (AE)

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