Gim Argelo tinha 'missão' de coletar R$ 5 milhões de cada empreiteira
DelatorJulio Camargo indica encontros com empresários e ex-senador
O lobista Julio Camargo afirmou em novo depoimento aos investigadores da Lava Jato que o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) cobrou R$ 5 milhões de cada empreiteira para livra-las das duas CPIs da Petrobras em 2014. Argello foi preso na última terça-feira, 12, na operação Vitória de Pirro.
O novo depoimento de Julio Camargo ocorreu na quinta-feira, 14, em Curitiba, base da Lava Jato. Ele é o delator que em 2015 revelou ter sido pressionado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por uma propina de US$ 5 milhões. O relato do lobista teve peso decisivo na denúncia que a Procuradoria-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal contra o parlamentar, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Até agora, os investigadores identificaram R$ 5,3 milhões que teriam sido pagos ao ex-senador. Uma parte repassada pela UTC (R$ 5 milhões) destinada aos quatro partidos da Coligação União e Força, nas eleições de 2014 – o Ministério Público Federal destaca que não há informação de que as legendas soubessem da origem ilícita dos valores.
Outra parte foi depositada pela OAS (R$ 350 mil) na conta da Paróquia São Pedro, de Taguatinga – cidade satélite de Brasília –, frequentada pelo ex-senador.
Em troca desses repasses os empresários Ricardo Pessoa, da UTC, e Léo Pinheiro, da OAS, não foram chamados para dar explicações às duas CPIs. Com informações da Agência Estado.