Tom moderado

Geraldo Alckmin busca 'harmonia' com o governo Temer

Governador adotará tom moderado durante a convenção do PSDB

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deve adotar um tom moderado em relação ao governo Michel Temer na convenção do PSDB que deve aclamá-lo como presidente nacional da sigla, no próximo dia 9, em Brasília. 

Segundo aliados e auxiliares do tucano, que é pré-candidato à Presidência da República, a expectativa é de que ele defenda a reforma da Previdência e tente evitar hostilidades contra o peemedebista no evento e nos encontros posteriores que definirão as diretrizes da nova Executiva. 

Pelo roteiro programado, dois dos três ministros do PSDB – Luislinda Valois, titular dos Direitos Humanos, e Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo – devem deixar o cargo antes da convenção, o que esvaziaria o debate em torno do desembarque tucano do governo. Apenas o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, deve ficar no cargo pelo menos até abril do ano que vem, quando pode sair para disputar a reeleição no Senado. 

Alckmin e Temer estarão juntos neste sábado, 2, em São Paulo. Os dois vão se encontrar no aeroporto de Viracopos, em Campinas, onde o presidente vai pousar. De lá, a previsão é que sigam juntos de helicóptero para duas cidades, Limeira e Americana, onde vão inaugurar obras do programa Minha Casa Minha Vida e também do Casa Paulista. 

A ideia original era de que as novas moradias fossem anunciadas apenas pelo governador e seu secretário estadual da Habitação, Rodrigo Garcia (DEM). Isso estaria definido até a última terça-feira, 28, de noite, quando interlocutores do Planalto entraram em contato com o governo de São Paulo para comunicar que Temer também participaria das agendas. A iniciativa partiu do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, nesta segunda-feira, 27, mesmo dia em que Alckmin aceitou ser escolhido para presidir o PSDB.

A última vez que Temer participou de evento para entregar unidades do Minha Casa Minha Vida em São Paulo foi em março, quando esteve em São José do Rio Preto. De lá pra cá, as inaugurações se deram com a presença de representantes da Caixa Econômica Federal ou do Ministério das Cidades. 

“Não tem cabimento ser hostil ao governo. Não há possibilidade de hostilidade na convenção”, disse o ex-governador Alberto Goldman, presidente interino do PSDB. Ele não descarta a possibilidade de tucanos e peemedebistas estarem juntos no mesmo palanque nacional em 2018. “Por que não? Pode ser. Nada é impossível”, afirmou. “O desembarque do governo não será pauta da convenção”, reforçou o deputado federal Silvio Torres (SP). Aliado de Alckmin, ele é secretário-geral do PSDB.

Negociação

O PMDB colocou na mesa algumas condições para apoiar a candidatura de Alckmin em 2018: a adesão do seu partido às reformas da Previdência e tributária e o compromisso em defender o “legado” de Temer durante a campanha.

Nesta sexta-feira, 1.º, em entrevista à Rádio Capital, Alckmin afirmou que a reforma da Previdência terá o apoio de seu partido. Sem dizer quantos dos 43 deputados tucanos votarão a favor, o governador passou a defender com mais ênfase o projeto. O gesto agradou aos peemedebistas. 

O tucano, no entanto, avalia que a proposta não será facilmente aprovada pelo Congresso, já que, por ser emenda à Constituição, precisa de 308 votos. “Mas a proposta terá o apoio do PSDB. Nós vamos apoiá-la”, disse. (AE)

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