Lava Jato

Francischini nega à PGR cobrança de "pedágio" na CPI da Petrobras

Em delação, Delcídio diz que deputado poupava empreiteiros

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O deputado Fernando Francischini (SD-PR) apresentou ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR) para desmentir as acusações contra ele feitas pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) em delação premiada na Operação Lava Jato. Francischini teme até um “linchamento na mídia”.

“O referido senador usou delação premiada para vingar-se do seu acusador e algoz político. Peço justiça rápida para que um inocente não seja “linchado” na mídia por mentiras de um bandido que estava preso e denunciado por minhas ações”, disse .

De acordo com trechos do depoimento de Delcídio divulgados nesta quinta-feira, 3, pela revista IstoÉ, Francischini estava entre os parlamentares que cobravam propina de empreiteiros para que não fossem convocados pela CPI da Petrobras.

“Delcidio do Amaral sabe de ilicitudes envolvendo o desfecho da CPI que apurava os crimes no âmbito da Petrobras. A CPI obrigava Léo Pinheiro, Júlio Camargo e Ricardo Pessoa a jantarem todas as segundas-feiras em Brasília. O objetivo desses jantares era evitar que os empresários fossem convocados para depor na CPI. Os senadores Gim Argello, Vital do Rego e os deputados Marco Maia e Francischini cobravam pedágio para não convocar e evitar maiores investigações contra Léo Pinheiro, Júlio Camargo e Ricardo Pessoa”, diz a delação.

Mas Francischini nega as acusações e diz que nunca esteve em Brasília às segundas-feiras. “Nunca estive em Brasília em segundas-feiras nos últimos cinco anos” afirmou. “Conforme meus sigilos telefônico, fiscal e bancário podem demonstrar, através dos extratos telefônicos, nunca estive em Brasília nos dias mencionados, nunca mantive contato telefônico com nenhum dos investigados mencionados e também o grupo político citado. Nunca tive qualquer movimentação financeira ou fiscal atípica, que não seja oriunda do meu trabalho e de minha família”, declarou à PGR.

Em resposta às acusações, Francischini também afirma ter apresentado “inúmeras” convocações e denúncias de corrupção contra Delcídio. 

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