Lava Jato

Filho de presidente do TCU foi citado quatro vezes na Lava Jato

Alvo da PF, Tiago é filho de Aroldo Cedraz, presidente do TCU

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O jovem advogado Tiago Cedraz, mais conhecido em Brasília pelos sinais exteriores de riqueza poucos anos depois de iniciar a carreira, foi um dos 53 alvos nesta terça-feira (14) da Politéia, mais uma fase da Operação Lava Jato, da Justiça Federal, que investiga o histórico roubo à Petrobras estimado pela força-tarefa em mais de R$ 19 bilhões.

O nome de Tiago Cedraz apareceu quatro vezes, no curso das investigações, sendo duas delas por obra do empresário Ricardo Pessoa, presidente da construtora UTC e tido como chefe do cartel de empreiteiras que fraudou licitações e contratos e subornou políticos e autoridades para obter vantagens na petroleira brasileira. Pessoa fez acordo de delação premiada.

Pessoa revelou, primeiro, que pagava uma mesada de R$ 50 mil a Tiago para ter acesso a informações privilegiadas de assuntos do seu interesse no Tribunal de Contas da União (TCU), presidido pelo pai, Aroldo Cedras. Assuntos que envolviam bilhões, como mostrou a segunda referência de Pessoa: o pagamento, a Tiago, de R$ 1 milhão que seriam destinados ao ministro Raimundo Carreiro, espécie de parceiro da dupla Cedraz e relator do processo envolvendo obras da usina nuclear de Angra 3, segundo o delator.

Cedraz, o jovem, também foi citado em outras operações da Policia Federal e tem sido colocado sob a suspeita de atuar intensamente no TCU, apesar dos impedimentos éticos. Mas sempre de forma dissimulada. Oficialmente, ele está entre os advogados impedidos de representar clientes em processos que tramitam no tribunal, mas, na prática, segundo ministros da corte de contas, a realidade é outra: ele é considerado o personagem que mais influencia o próprio pai. Leia mais sobre os Cedraz na coluna de Cláudio Humberto.

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