'Desprezo pela crise'

Ferraço quer barrar reajuste do salário dos ministros do STF

Senador diz que aumento cria efeito cascata em outras carreiras

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O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) se diz preocupado com o reajuste do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovado no começo do mês na Câmara dos Deputados. Se o Senado também aprovar a proposta, o valor, teto do funcionalismo, subirá dos atuais R$ 33.763 para R$ 36.813 ainda neste ano e para R$ 39.293 a partir de janeiro de 2017.

O pacote, que envolve 16 propostas remuneratórias para funcionários de Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público da União (MPU), terá impacto total de, aproximadamente, R$ 58 bilhões até 2019.

Ferraço ressalta que o reajuste provocaria efeito cascata nos níveis federal, estadual e municipal, sobretudo sobre as contas públicas dos estados. Ele também classificou o aumento como “medida intempestiva”.

“Ao aumentar o teto dos salários dos ministros da Suprema Corte se abriria espaço para que os senadores elevem seus próprios salários, além de deputados federais, deputados estaduais, desembargadores, juízes e conselheiros de tribunais de contas”, afirmou.

Segundo Ferraço, diante da grave crise fiscal da União e dos estados e dos mais de 11 milhões de desempregados no país, “não é o momento de se dar esse passo”.

“A hora então é de socializar o sacrifício e não é de estendermos a mão para a elite do setor público, adotando medidas que o país não suporta. Temos de ter misericórdia com o sofrimento do povo brasileiro”, disse o senador.

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