Reforma trabalhista!

Faturamento de entidades patronais desaba 80% com reforma trabalhista

Sinduscon-SP celebra: é o fim de entidades não representativas

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O fim da obrigatoriedade do pagamento do imposto sindical, um dos melhores avanços reforma trabalhista, reduziu em cerca de 80% o faturamento das entidades patronais este ano, na comparação a 2017. Os dirigentes dessas entidades, que sempre cobram eficiência e corte de gastos no setor público, reclamam muito da queda de faturamento, mas há exceções.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), José Romeu Ferraz Neto, por exemplo, não quer nem ouvir falar em qualquer tipo de taxa similar ao imposto sindical. Se sindicato é bom e produz resultado, as empresas vão querer ficar nele. Isso [o fim da obrigatoriedade de recolhimento do imposto sindical] é bom para acabar com os sindicatos que não representam nada, que são só burocráticos, do lado empresarial e dos trabalhadores."

Ferraz Neto, do Sinduscon-SP.A redução no faturamento das entidades do “Setor S” foi objeto de reportagem do jornal Valor, nesta terça-feira (27), com base em dados obtidos do Ministério do Trabalho graças à Lei de Acesso à Informação. Os dados consideram as maiores confederações e federações setoriais, além das 20 entidades empresariais que mais arrecadam.

Apesar da redução, as entidades recolheram mais de R$ 300 milhões em janeiro último. No ano passado foram R$1,4 bilhão. Inconformados, dirigentes de confederações, federações e sindicatos patronais sonham em derrubar na Justiça o fim da obrigatoriedade do imposto sindical ou a criação de outra forma de faturar tanto quanto antes. Mas, novamente, com a discordância do presidente do Sinduscon-SP: "De jeito nenhum!”

A perda de arrecadação do Sinduscon-SP foi de 91%, caindo de R$7,6 milhões para R$ 600 mil, mas, antes mesmo da reforma trabalhista, a entidade cortou metade dos funcionários da sede e de subsedes, terceirizou departamentos administrativos e está apostando na transformação de empresas filiadas em associadas, que pagam uma mensalidade ao sindicato. "Temos espaço grande para crescer e ampliar nossas receitas, apesar das perdas. Temos 12 mil empresas filiadas. Desse total, nos últimos meses, já conseguimos convencer 1,2 mil a se associarem", afirma o presidente do Sinduscon-SP, Ferraz Neto.

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