Repasse de lobista

Extrato de amigo de Lula mostra repasse de Baiano

Bumlai, amigo de Lula, diz que R$ 1,5 milhão foram 'empréstimo'

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Extratos bancários da conta da Transportadora São Fernando Ltda, que pertence à família do pecuarista José Carlos Bumlai, mostram a entrada de R$ 1,5 milhão e a transferência subsequente de R$ 300 mil e R$ 1,2 milhão pra duas contas pessoais do amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os registros bancários foram apresentados pelo pecuarista como prova de que recebeu um empréstimo do operador de propinas ligado ao PMDB Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, para pagar despesas com seus funcionários.

Um dos extratos mostra a entrada de uma TED – transferência eletrônica bancária – de R$ 1,5 milhão no dia 4 de outubro de 2011. No mesmo dia, há registrada a saída de um cheque de R$ 300 mil para um conta pessoal de Bumlai. O documento mostra que a conta estava negativa.

No dia seguinte, dia 5, há uma transferência de R$ 1,2 milhão da conta da São Fernando para a outra conta do pecuarista.

“Esses recursos foram utilizados para pagamentos da folha de pagamento e de outras despesas relacionadas à atividade rural da pessoa física JCB”, afirmou Bumlai.

O pecuarista afirmou que teve dificuldades financeiras e pediu dinheiro emprestado ao lobista libado ao PMDB. “Fernando me arruma um milhão e meio, nem três, nem dois, me arruma um milhão e quinhetos mil, eu te devolvo. Ele me arrumou, esta é a minha verdade.”

A história que o próprio operador de propinas contou em sua delação premiada é diferente. Fernando Baiano afirmou que Bumlai pediu R$ 3 milhões para quitar uma dívida ou prestação de imóvel de uma nora do ex-presidente Lula.

Preso desde dezembro de 2014, em Curitiba, Fernando Baiano diz que concordou em antecipar R$ 2 milhões da propina a ser paga por um contrato que o lobista intermediava para o Grupo OSX, de Eike Batista, na Petrobrás. Em sua delação, ele diz que efetivou as transferências, que não chegaram a completar a quantia acordada.

“Ele fala que me deu R$ 3 milhões, depois virou R$ 2 milhões, ele até se confunde na delação. Em 2011, no mês de setembro, eu tive uma dificuldade, eu não lembro porque, dificuldade financeira. Como eu estava com aquele meu negócio que renderia um bom… eu tinha aberto um canal de conversa com o Fernando, eu pedi a ele”, afirmou o pecuarista.

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