CPI dos Fundos de Pensão

Ex-tesoureiro do PT, Vaccari se cala em depoimento à CPI

Investigado foi vaiado por beneficiários de fundos de pensão

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O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto decidiu ficar calado e não responder a nenhuma pergunta dos parlamentares da CPI dos Fundos de Pensão nesta quarta-feira, 3. Munido de habeas corpus, o petista também não prestou juramento prometendo falar a verdade em depoimento na Câmara dos Deputados.

“Agradeço a disponibilidade do tempo, mas exercerei o direito de ficar calado”, afirmou o ex-tesoureiro do PT aos membros da CPI, no início da sessão, sendo vaiado por beneficiários de fundos de pensão que estavam presentes à reunião da comissão.

O presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), também protestou. “Se não quiser falar, o senhor vai ouvir. Seu silêncio será ensurdecedor para muitos dos beneficiários que aqui estão”, bravejou. “Poderá ser presunção de culpa diante das graves acusações que o relatório final trará”.

Nessa terça-feira, o advogado de Vaccari, Luiz Flávio D'Urso, pediu a dispensa de seu cliente, para evitar os gastos com o deslocamento dele de Curitiba, onde está preso pelo seu envolvimento na Operação Lava Jato, para Brasília.

“Ficaríamos extremamente prejudicados se sua presença não ocorresse. Não é de bom senso um relatório de CPI indiciar uma pessoa sem dar a ela o direito de defesa”, justificou Efraim Filho que não liberou Vaccari. “Nunca vi aqui ninguém que veio para CPI e ficou calado ser inocente. Quem veio para ficar calado é porque tinha culpa”, acrescentou.

Vaccari foi convocado na CPI após seu nome aparecer em depoimentos de pessoas envolvidas em suposta manipulação na gestão dessas instituições. Um desses depoimentos foi o do doleiro Alberto Youssef, que disse ter ouvido falar que o ex-tesoureiro do PT era um dos operadores de alguns fundos de pensão, como Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).

Investigadores da Operação Lava Jato apontam Vaccari como o operador responsável por obter recursos para o o PT por meio do esquema de corrupção.

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