Transporte público

Ex-presidentes da Guatemala e da ONG Oxfam são presos por corrupção

Segundo a Procuradoria-Geral os réus desviaram cerca de US$ 35 milhões

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O ex-presidente da Guatemala, Álvaro Colom, e oito ex-ministros que fizeram parte de seu governo entre os anos de 2008 a 2012, foram presos nesta terça-feira (13), por corrupção. Entre os ex-ministros, está Juan Fuentes, que atualmente presidia a ONG Oxfam Internacional.

De acordo com a Procuradoria-Geral da Guatemala, os réus desviaram cerca de US$ 35 milhões na gestão do Transurbano, sistema de transporte público na cidade da Guatemala. Segundo a acusação, na época houve a compra superfaturada, de três mil ônibus, porém, apenas 455 veículos chegaram às ruas da Cidade de Guatemala. O Ministério Público afirma que agentes públicos e empresários do transporte participavam do esquema.

Todos negam as acusações e dizem que as compras foram realizadas em trâmite legal. Colom afirmou que, para ele e para sua equipe, o projeto transcorreu sem ilegalidade. “Veremos o que diz o juiz ”.

Segundo o MP, em 2007, testemunhas contaram que a Associação de Empresários de Ônibus (AEAU), não só financiou parte das campanhas eleitorais dos dois principais candidatos à presidência, como mobilizou eleitores, sendo que um dos favorecidos foi Colom, que acabou eleito presidente da Guatemala.

Fuentes na época era ministro da Economia, no governo de Colom. Ele estava á frente da Oxfam desde 2015, a ONG afirmou que Fuentes renunciou ao comando  para poder se defender das acusações.

Escândalo sexual

Além de Fuentes, a Oxfam está enfrentando uma grave crise, após o escândalo sexual envolvendo dirigentes da sua cúpula. Segundo a acusação, dirigentes da Oxfam teriam pago para ter relações sexuais com mulheres, inclusive com menores de idade, no Haiti, na época do terremoto de 2010. No país a prostituição é proibida.

Agora a Comissão Reguladora da Filantropia no Reino Unido vai abrir uma investigação sobre a gestão feita pela Oxfam. E a ministra britânica para a Cooperação ao Desenvolvimento, Penny Mordaunt, afirmou que a Oxfam pode perder o financiamento do governo. "Nenhuma organização é tão grande, ou nossa colaboração seja muito complexa, que me faça hesitar em cortar fundos se ela não tiver mais a nossa confiança".

Em 2011, a Oxfam chegou a fazer uma investigação interna, que não resultou em punições. Na época o único resultado foi o pedido de afastamento do dirigente Roland Van Hauwermewiren.

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