CPI do BNDES

Ex-presidente do BNDES defende operações do governo FHC

Permitiram o controle do grupo Vicunha na Vale do Rio Doce

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O ex-presidente do BNDES Eleazar de Carvalho Filho defendeu as operações financeiras que permitiram ao grupo Vicunha, do empresário Benjamin Steinbruch, assumir o controle da companhia Vale do Rio Doce no governo Fernando Henrique Cardoso – quando ele ocupou a presidência do banco.

Carvalho disse isso ao responder pergunta do relator da CPI do BNDES, deputado José Rocha (PR-BA). “Gostaria de lembrar que a CPI foi criada para investigar as operações do banco a partir de 2003”, alertou o deputado João Gualberto (PSDB-BA).
“O depoente está livre para responder se quiser”, disse o relator, que questionou a operação.

“O senhor foi presidente do BNDESPar e participou de operações polêmicas, que permitiram o grupo Vicunha assumir o controle da CSN, graças ao aporte de 700 milhões de dólares, mesmo depois de o conselho do banco autorizar um financiamento máximo de 300 milhões para Steinbruch. Por que usar o banco para enriquecer o setor privado?”, perguntou o relator.

A CSN liderou, em 1997, o consórcio vencedor da privatização da Vale. Para que isso fosse efetivado, em 2001 foi feito um descruzamento acionário, pelo qual a CSN saiu do capital da Vale e vice-versa. Essa operação contou com recursos do BNDES, que comprou debênturesconversíveis em ações da CSN no valor correspondente a R$ 391 milhões.

“Essa operação foi feira para permitir que as empresas crescessem nos anos seguintes. Graças à emissão de debêntures, o banco podia comprar parte da CSN. Foi importante para o crescimento posterior da vale. Foi uma operação muito transparente e importante para o país”, respondeu Carvalho.

O deputado José Rocha também questionou os empréstimos feitos pelo BNDES a montadoras de automóveis na época em que era presidente da instituição.

“O BNDES sempre apoiou empresas sediadas no Brasil. A partir de 2002, as linhas de crédito do comércio exterior secaram. Foi aprovada então uma linha de crédito para isso, já que as empesas não tinham acesso a financiamento de capital de giro. Foi aprovada operação e 500 milhões de dólares para permitir as exportações. Não havia linha de crédito para as exportações”, respondeu.

A audiência pública ocorre no Plenário 11.(Agência Câmara)

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