Ganhando o mundo

Estudo revela aumento da internacionalização de empresas brasileiras

Com 39 empresas, EUA são o maior destino dos brasileiros

acessibilidade:

A Fundação Dom Cabral (FDC), melhor escola de negócios da América Latina segundo o ranking de educação executiva 2015 do jornal Financial Times, divulga hoje os resultados do Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras2015­ – pesquisa que elenca as empresas brasileiras mais internacionalizadas e traça um panorama detalhado do processo de internacionalização de multinacionais e franquias do Brasil. O estudo, em sua 10ª edição, mostra os países e regiões onde elas estão presentes, o seu desempenho e expectativas futuras, além de tendências quanto à expansão, estabilidade ou retração das operações em 2015. Este ano, a pesquisa apresenta ainda os resultados de uma investigação especial sobre Adaptação Cultural, ou seja, a capacidade das multinacionais brasileiras de se adaptar à cultura dos países em que atuam.

O estudo consultou 48 multinacionais brasileiras e 14 empresas que atuam no exterior por meio de franquias. Os dados, referentes à atuação das empresas em outros países ao longo de 2014, revelam um crescimento do índice médio de internacionalização das multinacionais brasileiras, de 22,9% em 2013 para 24,5% em 2014 – um aumento de quase 7% sobre 2013. O índice leva em consideração os dados de ativos, receitas e funcionários das multinacionais no exterior em relação ao total. As empresas brasileiras estão presentes em todos os continentes, em 100 países, sendo que 82,2% delas estão geograficamente distribuídas na América do Sul, seguida por América do Norte (69,3%) e América Central (64,5%).

Na pesquisa, a maior parte das empresas multinacionais analisadas (58,7%) afirmou pretender expandir a sua atuação no exterior em 2015, em países que já atuam, e somente 6,5% delas planejam grandes expansões. Em contraponto, 32,6% das empresas planejam manter as operações estáveis neste ano; e apenas 2,2% têm planos de reduzir as operações internacionais em 2015. "Os dados reforçam o movimento crescente da internacionalização de empresas brasileiras, especialmente em um ano em que o mercado estrangeiro aponta para a recuperação da crise mundial e o mercado doméstico apresenta desafios econômicos que, em muitos casos, restringem o crescimento do desempenho das empresas", afirma Sherban Leonardo Cretoiu, professor e pesquisador do Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral.

As multinacionais brasileiras também avaliaram quanto o atual contexto político-econômico do Brasil afetou as suas estratégias de internacionalização. Para 28,1% das empresas, a sua estratégia internacional foi afetada e, para 1,8%, muito afetada. Entretanto, grande parte das empresas (35,1%) foi pouco afetada e 19,3% das organizações foram muito pouco afetadas. Para as empresas que acusaram impactos na internacionalização em função da atual conjuntura brasileira, a principal medida tomada foi a de ampliar os investimentos no mercado internacional, mantendo a sua estratégia no mercado doméstico.

Ranking Geral das Multinacionais Brasileiras

Na edição 2015 do Ranking Geral das Multinacionais Brasileiras, a Fitesa, empresa líder na indústria de não tecidos para descartáveis higiênicos e médicos, conquistou a 1ª posição, com um índice de internacionalização de 72%, seguida da Construtora Norberto Odebrecht(64,4%) e da InterCement (57,3%) – neste último caso, o crescimento foi atrelado ao desenvolvimento de novos mercados, principalmente na África. A Fitesa também lidera o índice de funcionários em solo estrangeiro, com 73%, seguida de InterCement (64,7%) e Marfrig (60,4%) – neste último caso, em função do crescimento dos modelos de negócios, especialmente no canal de varejo do Reino Unido, e do aumento do volume de vendas na região da Ásia/Pacífico, Oriente Médio e África. Mesmo na 24ª posição no ranking geral, a Construtora Andrade Gutierrez é a empresa com subsidiárias em mais países – 37 no total -, à frente de Stefanini (33) e WEG (29).

A pesquisa também elencou as franquias brasileiras mais internacionalizadas, com base em dados sobre unidades franqueadas, receita de royalties e taxas e receita de vendas de produtos franqueados no exterior em relação ao desempenho total. No topo da lista está aiGUi Piscinas, com um índice de internacionalização de 19,7%, seguida da Localiza (10,9%) e Dudalina (6,8%). A iGUi Piscinas também é a franquia presente no maior número de países (23) e com o maior índice de unidades franqueadas (30,8%).

Grau de adaptabilidade das multinacionais brasileiras

A 10ª edição do Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras, edição 2015, produziu uma análise especial sobre o Grau de adaptabilidade das multinacionais brasileiras, cujo objetivo foi investigar a capacidade das multinacionais brasileiras de se adaptar à cultura dos países em que atuam. Cada empresa consultada avaliou, em uma escala de 1 (concordo totalmente) a 7 (discordo totalmente), quatro competências relacionadas à habilidade de se adaptar: Competência de Processos, Competência de Posição, Competência de Orientação e Competência Multicultural.

Os resultados mostram que todos os fatores analisados ficaram acima da média, com pontuações entre 5,7 e 5,9, o que sinaliza um alto grau de adaptabilidade das empresas à cultura local. O padrão dos resultados aponta para uma tendência das empresas para o equilíbrio das competências, podendo-se afirmar que os fatores que compõem as competências estão, de certo modo, conectados e, tal qual o cenário internacional, interdependentes. "A capacidade de adaptação cultural das empresas brasileiras é um ponto chave para o sucesso das estratégias internacionais, maximizando a sinergia entre a gestão doméstica com a das subsidiárias no exterior", afirma a professora e pesquisadora do Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral, Lívia Barakat.

Reportar Erro