Pacote de ajustes

Em Varsóvia, Temer insinua oposição ao retorno da CPMF

Questionado, vice-presidente diz que sua posição já é conhecida

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O vice-presidente Michel Temer insinuou nesta quinta-feira, 17, em Varsóvia, que continua contrário à recriação da CPMF, uma das principais medidas do plano para suprir o déficit fiscal de R$ 30 bilhões em 2016 apresentado pelo governo na segunda-feira, em Brasília. "Vocês conhecem a minha posição", afirmou, quando questionado pelo Estado. Temer disse, ainda, que na próxima segunda-feira, 21, terá uma posição sobre o pacote de corte de gastos e aumento de impostos.

Há três semanas, o vice-presidente havia afirmado a uma plateia de empresários em São Paulo ser contrário à recriação da contribuição sobre movimentações financeiras. Na segunda-feira, porém, durante uma conversa com a presidente Dilma Rousseff, Temer afirmou que compreendia as razões e os argumentos do governo para reapresentar a medida. "Vocês conhecem a minha posição. Eu vou apenas ouvir um pouco o PMDB, ouvir a posição do Congresso e conversar com a presidente naturalmente", afirmou Temer, completando: "O que eu quero é ajudar o Brasil".

A resposta insinua que o vice-presidente manterá sua posição contrária, mas Temer se recusou a explicar sua resposta.

Mudanças. Na última quarta-feira, o governo sinalizou que pode recuar em três propostas do pacote anunciadas pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento para facilitar a aprovação no Congresso: a suspensão do reajuste do funcionalismo, o direcionamento das emendas parlamentares e a diminuição de recursos do Sistema S. Indagado sobre o recuo, Temer alegou não estar em contato com sua base e não estar informado sobre o tema. "Estou esperando chegar ao Brasil e exatamente a partir daí terei uma definição. Vocês podem me procurar na segunda-feira", disse ele. (AE)

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