Reforma da Previdência

Em dia de protesto em quase todo o país, Temer tenta defender reforma

Reforma da Previdência 'não vai tirar direito de ninguém', disse

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No dia em que manifestações contra a reforma da Previdência ocorrem em várias cidades do País, o presidente Michel Temer afirmou que a reforma da Previdência proposta por seu governo e que está em tramitação no Congresso vai evitar que o INSS entre em "colapso" e que, se aprovada, "não vai tirar direito de ninguém."

"Nós apresentamos um caminho para salvar a Previdência do colapso, para salvar os benefícios dos aposentados de hoje e dos jovens que se aposentarão amanhã. Isso, parece ser coisa 'será que é para tirar direitos de pessoas?'. Em primeiro lugar, não vai tirar direito de ninguém. Quem tem direito já adquirido, ainda que esteja no trabalho não vai perder nada do que tem", disse Temer durante evento do Sebrae, em Brasília.

O presidente afirmou ainda que não se pode fazer uma reforma "modestíssima" hoje, para que o governo não seja obrigado a realizar cortes maiores no futuro. "Não podemos fazer coisa modestíssima agora, para daqui quatro ou cinco anos fazermos corte muito maior, como Portugal, Espanha e Grécia".

Segundo ele, o objetivo de medidas de ajuste fiscal como a reforma da Previdência é "prevenir o Brasil no futuro". "Não queremos que o Brasil, daqui sete ou oito anos, seja obrigado a fazer o que os Estados estão fazendo", afirmou o presidente, em referência a Estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que enfrentam dificuldades para pagar salários de servidores e de aposentadores, além de eliminar o 13º salário ou de elevar a idade mínima para se aposentar.

Entre as medidas propostas pelo governo na reforma da Previdência está a criação de idade mínima de aposentadoria de 65 anos, para homens e mulheres, e a exigência de que os trabalhadores contribuam por 49 para terem direito ao benefício integral pelo INSS.

PEC do teto dos gastos

Temer reforçou que as medidas de ajuste fiscal do seu governo, como a PEC do teto dos gastos, têm dando "rumo às contas públicas" e têm contribuído para que a inflação desacelere e os juros caiam. "O caminho da responsabilidade começa a dar resultado", disse. "Mais um pouquinho e conseguimos o grau de investimento", acrescentou, ressaltando que o risco Brasil tem caído nos últimos meses.

O presidente ressaltou ainda que, "para reconstruir o Brasil", é precisar "pregar a necessidade urgente" dessa reconstrução. "Temos pouco tempo para recolocar o Brasil nos trilhos", afirmou. "As carências sociais são assustadoras".

Mais uma vez, Temer mostrou não estar preocupado com a sua popularidade, ao tentar diferenciar o que ele chamou de medidas populares e medidas populistas. Segundo o presidente, medidas populistas são irresponsáveis porque têm "efeito imediato, mas depois são um desastre absoluto". Já as populares, no seu ponto de vista, "não têm aplauso imediato, mas reconhecimento posterior".

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