Consultórios vazios

Em Alagoas, faltam interessados em empregos para médicos no interior

Há desinteresse em atuar no interior, mesmo com bom salário

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Depois de dois meses de procura, o Posto de Saúde Cecília Farias, localizado no Sítio Camaratuba, em de Olho d’Água das Flores, a cerca de 200 km de Maceió, finalmente encontrou um médico para atender a demanda dos pacientes da região.

Para a secretária municipal de Saúde, Isabel Moura, o que dificulta a procura por médicos para atuar na rede é a carga horária. “São 8 horas diárias por R$ 8,6 mil, líquidos. Enquanto em um plantão dá para fazer de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. É claro que vão querer os plantões”, dz ela, que recorreu a um anúncio nas redes sociais para tentar resolver o problema.

A dificuldade dos municípios de Alagoas é tanta que um grupo de secretários move esforços todos os dias para encontrar profissionais interessados em trabalhar nos postos de saúde, conta a dra. Isabel Moura.

O apelo da prefeitura no whattsapp.O prefeito de Cacimbinhas e presidente da Associação de Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley, soma outro ponto ao problema: a distância dos grandes centros urbanos. “Os médicos preferem ficar nos grandes centros. No início da carreia, eles até vem, mas depois se especializam ou recebem proposta melhor e vão embora.”

Ele conta que o município de Cacimbinhas só tem médicos por causa do Programa Mais Médicos, ação do governo que tenta levar médicos para regiões onde há escassez ou ausência desses profissionais.

“É um problema de todos os municípios e quanto mais longe dos centros urbanos, pior. Os prefeitos até tentam aumentar o salário para atrair os médicos”, completa o prefeito.

Segundo Hugo Wanderley, após certo período de tempo sem profissionais, o posto parte do Programa de Saúde da Família (PSF) perde os recursos repassados pelo governo, piorando ainda mais a situação da saúde nos municípios.
 

O presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley, destaca o programa Mais Médicos.

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