O primeiro processo eleitoral conduzido pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, neste domingo, tem demonstrado que o chavismo poderá obter a maioria dos cargos em disputa nas eleições municipais. O governo controla 84% das 337 prefeituras e trabalha para aumentar esse índice. No início do ano, em abril, o governo obteve uma vitória apertada sobre o adversário Henrique Capriles. A avaliação interna dos apoiadores já questiona o abalo na vantagem conqusitada por Hugo Chávez no pleito de outubro do ano passado.
Pesquisas divulgadas em novmenro apontavam uma pequena queda na intenção de votos dos candidatos chavistas, decorrente principalmente do desabastecimento registrado no país e aumento no índice de delinquência. Numa estratégia para recuperar a credibilidade, Maduro adotou uma nova política econômica, com a regulamentação de todos os preços dos bens e serviço e o confisco e arremate de eletrodomésticos. No entanto, há grandes diferença entre os estilos Maduro e Chavéz. O chavismo, hoje, é uma liderança colegiada, e os governadores dos Estados estão mostrando claramento o apoio aos seus canddiatos. Antes, esse gesto era responsabilidade do falecido líder. Era comum os candidatos pagarem por montagens fotográficas para aparecerem nos cartazes ao lado do comandante-presidente, para reforçar a imagem perante o eleitorado.
Na busca pelo voto, o governo foi acusado no final do mês passado, de usar o critério eleitoreiro na entrega de casas a populações vítimas de inundações e deslizamentos de terras no final de 2010. A ONG Provea apresentou um relatório sobre a Grande Missão Moradia Venezuela, denunciando a doação de casas às pessoas comprometidas com a causa bolivariana. Geralmente, nessas ociões, o governador acompanha os candidatos na hora de concretizar a ajuda a comunidades carentes.n Além da política de distribuição, o resultado das urnas vai depender do sucesso da estratégia eleitoral do governo. Maduro orientou à sua militância que se organizasse em duas grandes frentes no dia do pleito. A primeira deveria sair às ruas antes da abertura das urnas e a segunda, por volta do meio-dia. O governo está disposto, inclusive, a buscar os eleitores em suas casas. Opositores chegaram a denunciar a participação de militares nessas operações e pretendem usar o fato para questionar o processo.
