Propaganda enganosa

É da rede particular a 'escola pública' de Pernambuco exibida pelo PSB na TV

É de amigo de Eduardo Campos a escola "pública" exibida pelo PSB na TV

acessibilidade:

A “escola publica” bem cuidada, exibida no programa nacional do PSB (Partido Socialista Brasileiro), nesta quinta-feira,  é na verdade um colégio particular pertencente à rede SEI, pertencente ao empresário Janguê Diniz, fiel seguido do governador pernambucano Eduardo Campos, presidente da sigla e pré-candidato à Presidência da República. Diniz sempre se refere a Campos, em suas palestras, como “o melhor governador do Brasil”.

A equipe de produção do PSB gravou a cena para mostrar que Pernambuco já manda alunos da rede pública estudar fora do País, mas na hora da edição a imagem que foi ao ar é de uma escola da Rede Mauricio de Nassau, que opera faculdades do Nordeste e já tem 40mil alunos em oito estados.

No dia 19 passado, a inserção do PSDB no horário gratuito, em rede nacional de TV, também exibiu uma imagem reveladora da falta de atenção dos responsáveis pelo programa. A imagem mostra claramente que o motorista de uma van, supostamente conduzindo o presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), cometeu infração gravíssima, uma ultrapassagem proibida punida pelo Código de Trânsito Brasileiro com cerca de 200 reais de multa e sete pontos na carteira.

A inserção do PSB que trata do ensino público em Pernambuco, colocando-o como modelo, foi filmada em um dos prédios da Maurício de Nassau, cujas escolas têm a mesmas cores das do Governo do Estado.

Janguê Diniz se prepara para promover uma oferta de ações de sua empresa na Bovespa, nos próximos dias, com expectativa de arrecadar R$ 1 bilhão.

Veja o vídeo exibido pelo PSB nas emissoras de TV:

Resposta

O governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência em 2014, Eduardo Campos, atribuiu à legislação brasileira a opção por usar uma instituição de ensino particular para falar do ensino público em programa político do PSB veiculada durante a semana. “Estamos pagando pelo excesso de zelo”, disse o socialista, referindo-se às críticas de que o programa faz propaganda enganosa.

Segundo Campos, a empresa que produziu o material veiculado nas TVs preferiu usar a Faculdade Maurício de Nassau para evitar questionamentos jurídicos. “O entendimento da produtora que foi contratada pelo partido para fazer o programa é que deveria fazer uma produção e não ir a uma escola pública para amanhã não estar se dizendo que foi utilizada uma escola pública”, disse.

O governador alegou que, para fazer as filmagens em prédios públicos, seria necessário “fazer um requerimento e tramitar o requerimento” e não haveria “tempo hábil” para providenciar a documentação. “Poderia ser num estúdio”, declarou. “Tanto que pusemos um avião que não é um avião, é uma cena. E pusemos uma escola como representação, para evitar problema jurídico de dizer que estávamos fazendo propaganda eleitoral em prédio público. Qual o problema que tem nisso?”, acrescentou. E garantiu que “tem a realização”. “Tem (escola) mais bonita, melhor que aquela. O importante é o conteúdo do programa, o compromisso com a Educação pública”, concluiu.

Reportar Erro