Operação Miquéias

Doleiro Fayed Traboulsi é preso pela PF em Brasília

Após ser preso, o doleiro foi encaminhado à Superintendência

acessibilidade:

A Polícia Federal prendeu o doleiro Fayed Traboulsi na manhã desta quinta-feira (17), no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. A ação cumpre mandados em relação à operação Miquéias, que apura fraudes em fundos de pensão. 

A prisão de Fayed é preventiva, sem prazo para acabar. Segundo a PF, ele foi preso a pedido do Ministério Público Federal após denúncia no âmbito da Miquéias. Fayed é acusado de obstruir o processo de investigação.

Outro preso nesta quinta é o policial civil aposentado Marcelo Toled. Os dois fazem parte do grupo de 43 pessoas denunciadas pelo MPF em julho deste ano por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. De acordo com as investigações, os acusados simulavam consultoria financeira a agentes públicos e usavam empresas fantasmas para lavar o dinheiro desviado. O primeiro contato com os gestores era geralmente feito por mulheres bonitas.  

O doleiro é apontado pela PF como líder da organização criminosa e Toledo estaria entre os responsáveis por vazar informações sobre as investigações policiais aos envolvidos e alvos.

Após serem presos, o doleiro e o policial foram encaminhados à Superintendência da PF em Brasília, no Setor Policial Sul.

Quem é Fayed

Libanês, nascido em Beirute, mas naturalizado brasileiro, o Turco, como é conhecido entre seus patrícios, tornou-se um ilustre personagem do câmbio negro praticado na capital candanga. Foi em Brasília que ele iniciou as operações, fermentou seus negócios ao arrepio da lei e enriqueceu a olhos vistos. Nos últimos três anos, quatro operações tangenciaram suas atividades suspeitas. Em uma das ações policiais, Fayed acabou condenado a seis anos de prisão em regime inicialmente fechado. Depois da sentença, ficou detido menos de 24 horas.

Lancha apreendida pela PF em 2013.Fraudes

Em setembro de 2013 A PF cumpriu 102 mandados judiciais, sendo 5 de prisão preventiva, 22 de prisão temporária e 75 de busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia.

A investigação apontou lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de “laranjas” ou “testas-de-ferro”, de forma a ocultar os verdadeiros responsáveis por tais movimentações. Verificou-se a existência de uma holding de empresas que consistia em um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos.

Uma vez creditados nas contas bancárias das empresas investigadas, os valores ilícitos ficavam circulando pelas demais contas pertencentes à quadrilha até serem, enfim, sacados em espécie.

Os “laranjas” e as “empresas” eram periodicamente substituídos por outros para não despertarem atenção dos órgãos de fiscalização. Nos dezoito meses de investigação, foram sacados mais de R$ 300 milhões nas contas dessas empresas.

Reportar Erro