Doleiro e ex-diretor da Petrobras teriam contas conjuntas
Investigações da PF apontam que o doleiro Youssef e ex-diretor da Petrobras teriam contas conjuntas
As investigações da Polícia Federal (PF) apontam indícios de que as relações entre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef não se restringe ao suposto pagamento de propina. Novos documentos indicam que os dois tem uma ampla parceria financeira, o que inclui, por exemplo, uma conta conjunta no exterior.
Costa e Youssef estão presos em Curitiba. Ambos foram detidos durante a Operação Lava Jato, investigação sobre lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção. O bando detido teria movimento cerca de R$ 10 bilhões.
?Os documentos retratados na representação sugerem a existência de uma conta corrente dele (o ex-diretor da Petrobras) com o doleiro, contas comuns no exterior e a entrega de relatórios mensais da posição dele com o doleiro e com pagamentos em haver para ele e para terceiros, alguns deles também relacionados a negócios envolvendo a Petrobras?, afirma um dos relatórios da polícia.
A PF também acredita que Paulo Costa recebeu R$ 7,9 milhões em propina por ?obras da refinaria Abreu e Lima, licitada pela Petrobras?.
A construtora Camargo Correia pode estar por trás da origem do dinheiro, por intermédio de Yousseff. Em grampo telefônico da Polícia Federal de outubro de 2013, ele mencionou o recebimento de 12 milhões da empreiteira, presidida pelo executivo Vitor Hallack.
Em uma planilha apreendida pela PF sobre ?comissões? pagas a consultorias ligadas ao doleiro, aparece a sigla CNCC no campo dos clientes, ?em provável referência ao Consórcio Camargo Corrêa?. O valor das comissões é de R$ 7,9 milhões. O consórcio faz parte das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, orçada em R$ 9 bilhões.