Dilma silencia sobre agressão a senadores, mas Itamaraty divulga nota
Ela recebeu há 5 dias o chavista Cabello, acusado de narcotráfico
A presidente Dilma Rousseff convocou na tarde desta quinta-feira, 18, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, para esclarecer o ataque sofrido por senadores brasileiros na Venezuela mais cedo. Apesar disso, não esboçou pessoalmente qualquer reação sobre a hostilidade: apenas determinou que Vieira divulgasse "nota de protesto".
Há cinco dias, às vésperas da viagem dos senadores a Caracas, Dilma recebeu o presidente da Câmara dos Deputados da Venezuela, Diosdado Cabello, considerado o nº 2 do regime chavista. Ele veio tentar conseguir a proibição da viagem dos senadores, como se o Brasil fosse uma ditafura, e pedir a "compreensão" do governo, seus aliados, para as hostilidades aos brasileiros. Cabello, que é investigado por ligações ao narcotráfico e por lavagem de dinheiro nos Estados Unidos, tamb´m foi recebido pelo ex-presidente Lula.
Nessa nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que o governo brasileiro lamenta os "incidentes" que frustaram a visita de senadores brasileiros a opositores presos do regime do presidente Nicolás Maduro e diz também que são "inaceitáveis" os atos hostis de "manifestantes".
Senadores brasileiros em visita à Venezuela nesta quinta foram cercados por manifestantes em Caracas. O grupo de oito parlamentares foi ao país vizinho para pressionar o governo de Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares. Eles visitariam políticos presos em uma penitenciário nos arredores de Caracas
O microonibus dos senadores Aécio Neves (PSDB), Aloizio Nunes (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB), Ronaldo Caiado (DEM), Agripino Maia (DEM) e Sérgio Petecão (PSD) foi cercado por "manifestantes pró-Maduro", na verdade milicianos a serviço do govermo e vestidos à paisana, em um congestionamento em Caracas.
O líder da Minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), cobrou que o governo cham de volta seu embaixador na Venezuela. "Espero que o governo Brasileiro tome medidas enérgicas. Se o governo Dilma quer tratar isso do tamanho que merece, deve chamar o embaixador do Brasil em Caracas de volta", afirmou Bruno Araújo. "O Itamaraty tinha que cobrar segurança. Não era uma visita de turismo. Eram uma visita de Estado", disse do líder da Minoria. (AE)