Diplomacia

Dilma tem o cuidado de não citar os EUA, ao criticar espionagem

A presidenta critica a espionagem, mas não cita os Estados Unidos

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A presidenta Dilma Rousseff  discursou na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, condenando o ataque terrorista em Nairobi (Quênia) e denunciando uma “rede internacional de espionagem” contra cidadãos e empresas e nações amigas, inclusive o Brasil, mas teve o nítido cuidado de não mencionar a Agência de Segurança Nacional (NSA) do governo Barack Obama, tampouco os Estados Unidos, autores dessa grave violação da soberania brasileira.

“Quero trazer à consideração das delegações uma questão à qual atribuo a maior relevância e gravidade. Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial”, disse Dilma no discurso, sem citar o governo dos Estados Unidos.

A presidente destacou que o Brasil apareceu como alvo “dessa intrusão”, afirmou, em relação à espionagem.

“Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais ? muitas vezes com alto valor econômico e mesmo estratégico ? estiveram na mira da espionagem. Também representações diplomáticas brasileiras, entre elas a Missão Permanente junto às Nações Unidas e a própria Presidência da República do Brasil tiveram suas comunicações interceptadas”, afirmou.

Dilma disse que “imiscuir-se dessa forma na vida dos outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas”.

Ela aproveitou seu discurso para reafirmar questões de princípio da política externa brasileira, como a defesa da criação de o Estado palestino e a ampliação do conselho de segurança das Nações Unidas.

Confira abaixo a íntegra do discurso da presidenta.

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