Represália à espionagem

Espionada, Dilma cancela visita de Estado a Washington

Após ser espionada, a presidente resolveu "adiar" visita a Washington

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O impasse se vai ou não fazer a visita de Estado a Washington, nos Estados Unidos, chegou ao fim. A  presidenta Dilma Rousseff  anunciou, por meio de nota,  na tarde desta terça-feira (17) o cancelamento da ida à capital americana em 23 de outubro. A suspensão da viagem vem de encontro às insuficientes explicações do presidente Barack Obama às espionagens a presidente e ao pré-sal. Na nota, Dilma anunciou que “os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada”.

Nem mesmo o telefonema de 20 minutos de Obama para a presidente na noite de ontem (16) conseguiu convencê-la a manter a programação. Há duas semanas, Dilma já havia sinalizado que cancelaria a visita, ao suspender a ida dos funcionários que organizam hotéis, trajetos e cerimoniais no exterior em caso de visitas internacionais.  “As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos”, diz a presidente por meio da nota.

Por meio de nota, no entanto, a presidente resolveu dar mais uma chance ao Chefe norte-americano de se explicar. “O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos”. Não há, porém, nenhuma data definida para a nova visita.

Mais cedo, o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, anunciou que Dilma havia conversado com Obama enquanto estava reunida com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. A presidente aguardava o retorno de Figueiredo que esteve em Washington, na semana passada, para tratar do assunto com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice.

O suspense sobre a visita da presidente aos Estados Unidos começou depois que a mesma descobriu por meio da Rede Globo que tinha a vida espionada pelo “sistema de monitoramento americano”, como Obama insiste em nomear a espionagem. O ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) Edward Snowden denunciou também que a Petrobras, além de nós, brasileiros, já foi vigiada pelo Chefe norte-americano.

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