Golpe no impeachment

Deputados reagem à decisão de anular sessões do impeachment

Oposição vai entrar com ação no STF para derrubar decisão

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A decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão que votou o processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff gerou repercussão imediata no Congresso Nacional. O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) disse que a decisão do deputado é ilegal. "A decisão não tem amparo legal, pois na Câmara é matéria vencida. Vamos afastá-lo imediatamente da presidência, pois ele deve estar tomando muito gadernal, só pode estar louco…", criticou.

Para o deputado Danillo Fortes (PSB-CE), "é uma decisão irresponsável, que demonstra absoluto desconhecimento da lei. Ele abre uma crise institucional, sem a menor necessidade disso". Segundo ele, isso reforça a falta de capacidade total de comandar uma casa legislativa. "Iremos entrar com mandado de segurança suspendendo a decisão", declarou.

Os deputados a favor do processo estão reunidos para derrubar a decisão. Os técnicos da Câmara já estão trabalhando numa solução e os integrantes da Mesa avaliam até mesmo a possibilidade de um ato da direção da Casa invalidar a decisão de Maranhão.

O líder do DEM, Pauderney Avelino, informou que vai entrar com ação no Supremo Tribunal Federal para derrubar a decisão. Segundo o coordenador de Relações Institucionais do Ibmec, Márcio Coimbra, a decisão será mesmo questionada no STF, como o parlamentar Pauderney anunciou.

"A matéria remetida da Câmara para o Senado não tem caminho de volta. Trata-se de ato jurídico perfeito e acabado. Inacreditável a audácia dos protagonistas. Não resiste a um mandado de segurança", declarou o líder do DEM no Senado, José Agripino.

O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), presidente da Comissão do Especial Impeachment, diz não ver efeito prático na decisão de Waldir Maranhão. Segundo ele, a votação no plenário do Senado, prevista para quarta, está mantida.

O deputado Felipe Bornier (Pros-RJ) caracterizou a decisão como 'um absurdo'. "Nós, membros da Mesa Diretora, não fomos consultados em momento algum. Não concordo com a decisão tomada e acho um desrespeito com os deputados e também com a população. Não podemos ir contra uma decisão soberana e por maioria absoluta do Plenário", disse.

Dilma também reagiu

Em ato no Palácio do Planalto sobre criação de novas universidades, a presidente Dilma anunciou a notícia que, até então não sabia que era oficial. O público comemorou. Mas Dilma ressaltou: "não sei as consequências, então, por favor, tenham cautela. Vivemos um mundo de manhas e artemanhas. Nós só vamos entender o que estar em curso depois que compreender".

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