JOGADA

Deputado quer CPI da Petrobras investigando Castelo de Areia

A construtora Camargo Corrêa foi o foco da operação da PF

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O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) dará entrada nesta terça-feira (7) com três requerimentos na CPI da Petrobras que buscam aprofundar as investigações da Operação Castelo de Areia, realizada pela Polícia Federal em 2009 e que teve como foco a ação de empreiteiras em esquema de cartel, corrupção e pagamento de propinas a agentes públicos, políticos e partidos. O foco da PF na Castelo de Areia foi a construtora Camargo Corrêa, também envolvida na Lava Jato, que investiga esquema similar de corrupção na Petrobras. Os requerimentos solicitam a cópia de documentos e de convocação de envolvidos.

“O ex-diretor Paulo Roberto Costa e executivos de empreiteiras disseram em delação que havia esquema idêntico ao da Petrobras em outras obras pelo país. O Metrô de São Paulo e o de Salvador são casos que devem ser investigados para entendermos como este esquema se estruturou. É indispensável compreender em que sentido operou o cartel historicamente: se transpôs para dentro da Petrobras um esquema que já funcionava em outras obras; ou o contrário, se o “Clube das Empreiteiras” se estabeleceu dentro da Petrobras e, então, começou-se a combinar preços e a pagar propinas em contratos fora da estatal, com prefeituras, estados e União”, destaca o deputado.

Na semana passada, o presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, disse em delação ter pago propina na obra da Ferrovia Norte-Sul. O próprio Avancini já foi preso em 2010 por fraudes em contratos com a empresa de abastecimento de água de São Paulo. Ele era o responsável da Camargo Corrêa no consórcio que fraudou o metrô de São Paulo, no esquema que ficou conhecido como propinoduto tucano e envolve contratos que somam R$ 40 bilhões.

Além de cobrar a aprovação da convocação de Avancini – já há requerimentos com este objeto em tramitação na CPI – Solla requereu a oitiva dos ex-diretores da Camargo Corrêa Pietro Francesco Giavina Bianchi e Saulo Thadeu Vasconcelos. Na casa de Bianchi a PF apreendeu, durante a Castelo de Areia, tabelas e planilhas com nomes de instituições, obras, partidos políticos e deputados, relacionados a valores respectivos em dólares e reais.

Com Bianchi também foi apreendido um contrato de gaveta que indicava a formação de cartel e consórcio oculto na obra do Metrô de Salvador, que envolveria as empresas Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Constram e Alstom. Já Saulo Thadeu Vasconcelos é o responsável pelo metrô de Salvador. Ambos respondem processos na Justiça Federal por crime de evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro.

Devido à anulação de provas da Operação Castelo de Areia pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), as denúncias de formação de quadrilha e fraudes no processo de licitação não foram aceitas pelo Judiciário.

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